Bangui - Pelo menos nove pessoas morreram hoje num ataque do grupo rebelde Coligação dos Patriotas pela Mudança (CPC) a uma mina de ouro na República Centro-Africana (RCA), controlada por uma empresa chinesa, noticiou a agência Efe.
Segundo garantiu a EFE o deputado da subprefeitura de Yaloké-Bossembele (onde ocorreu o incidente), Auguste Boukanga, neste momento a população está em choque e a informação chega aos poucos.
Por existir ainda pouca informação, Boukanga admite que o número de mortos poderá aumentar nos próximos dias.
A mesma fonte acrescentou que "houve também numerosos feridos que foram transferidos para as cidades de Gaga e de Yaloké para receber cuidados médicos", mas que estes hospitais estão saturados e alguns pacientes serão transferidos para Bangui", a capital do país.
O médico chefe do hospital de Yaloké, Henri Bengué, confirmou a chegada de numerosos feridos.
O antigo Presidente Bozizé, que presidiu a RCA entre 2003 e 2013, fundou a aliança rebelde do CPC em Dezembro de 2020 com o objectivo de impedir uma eleição presidencial na qual não pudesse participar, depois de as autoridades centro-africanas terem invalidado a sua candidatura.
Os rebeldes da aliança chegaram às portas de Bangui em Janeiro de 2021, mas o exército conseguiu afastá-los com a cooperação das tropas da missão de paz da ONU no país (Minusca).
Essa derrota militar forçou Bozizé a fugir para o exílio, primeiro para o vizinho Tchad e depois para a Guiné-Bissau.
A RCA tem sofrido vagas de violência sistémica desde finais de 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes de maioria muçulmana - a Séléka - tomou a capital e derrubou Bozizé, iniciando uma guerra civil. JM