Washington - O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse hoje, em Washington, que a coexistência das forças russas e norte-americanas num hangar da principal base aérea do Níger não constitui problema.
Esta coexistência é a prova da reconfiguração política do Níger desde o golpe de Estado de Julho de 2023, que derrubou o então Presidente Mohamed Bazoum. A nova junta procura uma aproximação à Rússia, ao ponto de ter pedido a saída dos militares norte-americanos no país.
No entanto, enquanto se aguarda este pedido, a Base Área 101, junto ao Aeroporto Internacional de Niamey, acolhe soldados norte-americanos e russos.
A junta militar do Níger confirmou em Abril que já estão em curso conversações com os Estados Unidos sobre a retirada das tropas, com o objectivo de determinar um calendário o mais rapidamente possível.
O primeiro-ministro do Níger, Ali Lamine Zeine, deslocou-se recentemente a Washington para abordar o assunto.
Os Estados Unidos suspenderam a maior parte da cooperação, incluindo a militar, com o Níger depois do golpe de Estado.
Em Março, o Níger denunciou o acordo de cooperação militar assinado com os Estados Unidos em 2012, alegando que este tinha sido "imposto unilateralmente" por Washington.
Os mil soldados norte-americanos presentes no Níger estão envolvidos na luta contra o extremismo islâmico no Sahel e têm uma importante base de drones em Agadez (norte).
Em meados de Janeiro, a Rússia anunciou que tinha concordado "em intensificar" a cooperação militar com o Níger. DSC/JM