Maputo - O governo moçambicano saudou a decisão anunciada na terça-feira pelo Conselho da União Europeia (UE) de prorrogar a Missão da UE de Treino Militar em Moçambique (EUTM-MOZ) no país, até 30 de Junho de 2026, e com um orçamento de cerca de 14 milhões de euros (1 euro equivale a Kz 907,06).
Convidado pelos jornalistas a comentar sobre a prorrogação da EUTM-MOZ, o porta-voz do governo, Filimão Suaze, que falava no habitual briefing à imprensa, minutos após o término da 15ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, vincou que as decisões para se prorrogar missões militares no país evitam a propagação dos ataques terroristas, sobretudo em alguns distritos da província de Cabo Delgado, segundo a Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Em comunicado, o Conselho da UE anunciou que vai também “adaptar os objectivos estratégicos da missão” por causa da alteração das circunstâncias, “transitando, assim, de um modelo de treino para um de assistência”, com aconselhamento e “treino especializado” às Forças de Reacção Rápida (QRF) e às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Na sequência desta alteração estratégica, a UE vai renomear a missão para Missão de Assistência Militar da UE em Moçambique (EUMAM Moçambique) com efeito a partir de 01 de Setembro próximo.
A EUTM-MOZ formou mais de 1.650 militares moçambicanos das forças especiais que já combatem o terrorismo em Cabo Delgado.
Os comandos e fuzileiros moçambicanos formados pela EUTM-MOZ já estão no terreno, numa altura em que está em curso a retirada da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) que igualmente prestavam a sua assistência no combate ao terrorismo.
A EUTM-MOZ integra 119 militares de 13 Estados-membros da UE, mais de metade de Portugal, mas tem a particularidade de integrar outros dois países, fora da UE, que contribuem com um militar cada, casos da Sérvia e de Cabo Verde.
Através do Mecanismo Europeu para a Paz, a UE apoiou ainda as FADM, desembolsando cerca de 89 milhões de euros para a aquisição de equipamento não letal para as unidades treinadas pela EUTM-MOZ. DSC/JM