Windhoek - O continente africano é o mais afetado por doenças infecciosas e a resistência antimicrobiana é uma ameaça que pode prejudicar drasticamente a eficácia do tratamento, alertou hoje o director do Ministério da Saúde e dos Serviços Sociais da Namíbia.
Ben Nangombe falava na quinta-feira, em Windhoek (Namíbia), durante uma formação sobre resistência antimicrobiana (RAM) global, o Sistema de Vigilância GLASS e a ferramenta WHONET, promovida pelo gabinete regional para África da Organização Mundial da Saúde (OMS), que contou com representantes de Angola, Benim, Burundi, Cabo Verde, Chade, Eswatini, Gabão, Gâmbia, Libéria, Namíbia, Senegal e Serra Leoa.
Esta formação teve como objectivo reforçar a capacidade dos Estados-membros para estabelecer ou melhorar os sistemas nacionais de vigilância da RAM e “gerar, recolher, comunicar e utilizar dados de qualidade para informar as decisões a nível nacional, regional e global”.
Na abertura desta acção formativa, o responsável da OMS na Namíbia, Mary Brantuo, recordou que, em 2015, a Assembleia Mundial da Saúde adoptou um Plano de Acção Global sobre a RAM e, mais tarde, no mesmo ano, lançou o GLASS (Sistema de vigilância global da resistência antimicrobiana e da sua utilização) para normalizar a vigilância da RAM.
A resistência antimicrobiana ameaça a prevenção e o tratamento eficazes de uma gama cada vez maior de infecções causadas por bactérias, parasitas, vírus e fungos, uma ameaça que está a tornar-se cada vez mais um problema de saúde pública mundial, classificada entre as 10 principais ameaças globais à saúde pública.
Em 2019, um total de 4,95 milhões de mortes foram associadas a infecções bacterianas resistentes a medicamentos, tendo o fardo mais significativo ocorrido na região da África Subsariana, onde 1,07 milhões de pessoas morreram devido à resistência bacteriana.DSC