Cuito – Dezoito cooperativas agrícolas da província do Bié beneficiaram, neste sábado, de moto-cultivadoras e tractores, com as respectivas alfaias, com vista a aumentarem a produção e reduzirem o excessivo esforço humano nas actividades de campo.
Cinco dessas cooperativas receberam os tractores e as outras 13 as moto-cultivadoras, num gesto do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA).
Os meios, cujo acto de entrega foi realizado na Aldeia Nguly, na comuna do Cunje, município do Cuito, enquadram-se na fase piloto do Programa de Motomecanização da Agricultura Familiar do FADA.
Iniciado em Fevereiro último, o mesmo visa propiciar o financiamento, a médio e longo prazo, para a aquisição de máquinas de pequeno e médio porte para as famílias camponesas.
Com este acto, o Bié torna-se na sexta província a ser contempladas, nesta fase preliminar, com um valor global de mais de três mil milhões de kwanzas.
Benguela, Cuanza-Sul, Huambo, Namibe, Uíge são as províncias que já beneficiaram. No próximo dia 7 de Maio será a Huíla.
Ao discursar na cerimónia, o administrador executivo do FADA, Renato Baptista, considerou satisfatório a fase piloto de implementação do Programa de Motomecanização Agrícola, tendo já contabilizado um total de 35 cooperativas agrícolas beneficiadas com tractores e 84 com moto-cultivadoras.
Informou que, além dos meios de cultivos, alguns beneficiários, por via de solicitação, estão a receber igualmente financiamento para o fundo de manejo dos mesmos equipamentos, na ordem de cinco milhões de kwanzas para as moto-cultivadoras e 10 milhões para os tractores.
Adiantou que os mesmos deverão efectuar o reembolso do financiamento global, quer dos meios e do valor, no prazo de quatro anos, com uma taxa adiccional de juro de 1%.
Por seu turno, a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico do Bié, Alcida deJesus Camateli Sandumbo, destacou a importância do Programa de Motomecanização agrícola, por contribuir na materialização do 6º eixo do Plano de Desenvolvimento Nacional 2023/2024, que visa a diversificação da economia sustentável e inclusiva, liderada pelo sector privada.
A entrega destes meios, prosseguiu, vai permitir no aumento das áreas cultivadas e consequentemente nos níveis de produção e produtividade, contribuindo assim nabredução da pobreza e não só.
Por isso, apelou aos beneficiários a terem uma atitude positiva no manuseamento, cuidado na manutenção dos equipamentos, para garantir a sua operacionalidade dentro do seu tempo de vida útil.
Por outro lado, recomendou, ao Gabinete Provincial da Agricultura, no sentido de implementar um plano de monitorar os meios, promovendo acções de capacitação para os operadores das máquinas, de modo a se tirar maior aproveitamento do investimento.
Além deste projecto, o FADA já financiou outras 13 cooperativas da província, com mais de 90 milhões de kwanzas, beneficiando 916 camponeses, dos quais 494 são mulheres.
Em tramitação estão 63 processos de solicitação de financiamento, de modo a atender um universo de quatro mil 833 beneficiários, sendo duas mil e 679 mulheres.
O Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) foi criado através do Decreto Executivo Conjunto n.º 2/86, de 20 de Janeiro, dos ministérios das Finanças e da Agricultura, com o objectivo de garantir a cobertura financeira das acções viradas para o desenvolvimento da produção alimentar camponesa, através da generalização de inovações técnicas e culturais que permitam o aumento da produção e da produtividade. VKY/PLB