Huambo – Catorze jovens produtores da província do Huambo estão empenhados no fomento do agro-negócio, depois de receberem, em 2023, um financiamento de quatro milhões de Kwanzas/cada, no âmbito do Programa de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC).
Trata-se de jovens produtores e transportadores de milho, feijão, batata-doce e rena, mandioca, café amendoim, arroz, trigo, ovos e pequenos ruminantes (cabritos e ovelhas) considerados de cadeia de valor prioritários de investimentos do PDAC.
Em declarações, esta segunda-feira, à ANGOP, o coordenador do PDAC na província do Huambo, Hélio Tiago, explicou que a iniciativa está enquadrada num segmento da instituição, denominado de PDAC-Jovem, na qual cada beneficiário dos quatro milhões de Kwanzas escolheu a cadeia que possui as melhores competências.
Disse que o financiamento, num total de 56 milhões de Kwanzas, sem qualquer reembolso, com direito a assessoria e o acompanhamento interactivo, visa relançar a actividade do agro-negócio na região.
O responsável anunciou que a instituição poderá financiar mais jovens locais no segundo trimestre do corrente ano, com uma quota e valores ainda por se definir, numa altura em que existem já mais de 70 destes inscritos no portal, que pretendem um financiamento.
Hélio Tiago disse que a instituição vai financiar, igualmente, um novo segmento denominado PDAC-Mulher, mediante um acordo com o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) estando se aguardar pelo formulário das candidaturas, que será lançado no portal da instituição, para beneficiar as mulheres.
Informou que, através da sua janela principal, o PDAC na província do Huambo, já financiou seis empresas, sendo três em 2023 e igual número no corrente ano, enquanto decorrem as avaliações de outros 14 planos de negócios, para serem apoiados.
Destas empresas ligadas ao sector agro-pecuário, detalhou que uma delas foi financiada com um total de 187 milhões de Kwanzas.
Explicou que existem duas janelas principais de financiamento do PDAC, sendo uma pequena que vai até 150 mil dólares norte-americano e a outra grande que é de 150 mil a um milhão de USD, com uma comparticipação da banca comercial e do proponente, numa taxa de juro de 7.5 por cento.
O responsável informou que o PDAC reestruturado até 2025, está ligado à agricultura comercial, para apoiar, directamente, os produtores individuais, associados em cooperativas, pequenas e médias empresas, desde que estejam aptos para o financiamento e reúnam os requisitos necessários.
Acrescentou que fruto desta reestruturação, tem, actualmente, um pacote financeiro de 152 milhões de dólares norte-americanos, para os produtores das províncias do Bié, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Huambo, Huíla e Malanje, financiados pelo Banco Mundial e pela Agência Francesa de Desenvolvimento.
Beneficiários do PDAC-Jovem
O jovem Rafael Leonardo Capapelo disse que fruto dos quatro milhões de Kwanzas conseguiu comprar uma motorizada de três rodas, que tem facilitado no escoamento dos produtos agrícolas dos municípios do Bailundo e Mungo até a sede do Huambo, para comercializar ao domicílio e em algumas entidades individuais.
Explicou que já conseguiu legalizar a sua loja, a ser aberta nos próximos dias, para responder à demanda dos clientes, que estão constantemente a solicitar pelos produtos agrícolas, como a cebola, tomate, milho e feijão.
Na linha de produção, informou que está a desenvolver culturas agrícolas diversas em quatro hectares, tendo tido um lucro significativo no primeiro trimestre do corrente ano, com a comercialização, sobretudo, de 12 toneladas de milho e cinco de feijão.
O jovem Valentino Fonseca Sousa disse que, através do financiamento recebido, está engajado na produção da batata-doce e rena, mandioca e feijão, num espaço de 20 hectares dos 50 existentes na sua fazenda, localizada na zona do Munda-Paiva, periferia da cidade do Huambo.
Informou que recebeu quatro milhões de Kwanzas em Abril de 2023 e está a ter resultados positivos, tendo empregado seis outros jovens em regime de efectivo e 15 eventuais.
João Baptista Sambundo, outro beneficiário, disse estar na linha de transporte e comercialização dos produtos agrícolas nos 11 municípios da província, com maior destaque para a Caála, Ecunha e Mungo, onde tem estado a escoar das zonas de produção aos mercados informais e numa fábrica de processamento local.
Informou que comprou duas motos de três rodas e estabeleceu contratos com camponeses para o transporte e a compra da produção das culturas diversas, para a comercialização num valor adicional, a depender da negociação, o que permitiu criar 10 postos de trabalhos directos.
Disse estar a trabalhar na construção de duas zonas de stock dos produtos agrícolas nos municípios da Caála e Chicala-Cholohanga, que vão servir para o melhor armazenamento dos produtos das zonas Oeste, Leste e Norte da província do Huambo, depois de serem retirados do campo.
O PDAC iniciou as suas actividades na província em 2022 nos municípios do Bailundo, Caála, Ecunha, Huambo e Mungo, tendo sido alargado, em 2023, fruto da reestruturação do projecto, no Cachiungo, Chinjenje, Chicala-Cholohanga, Londuimbali, Longonjo e Ucuma. ZZN/JSV/ALH
