Golungo Alto - A Fundação Kissama defende a construção de um santuário para a protecção de elefantes, de modo a evitar o abate desta espécie.
Um santuário de animais é um lugar que oferece um lar seguro para especíes resgatadas de situações de abuso, negligência ou exploração. Diferente de zoológicos e outros locais que exibem animais para entretenimento, os santuários não buscam lucro e os animais não são expostos e não ficam presos.
Uma das características principais dos santuários é a criação de um habitat no qual os animais se sintam na natureza. O objetivo é que, ao final da reabilitação, o animal consiga conviver no ambiente externo de uma maneira mais natural e saudável.
Falando num workshop sobre "Educação Ambiental", o técnico da Fundação Kissama, Graça Catute destacou a importância da criação do santuário para o reforço da protecção dos elefantes.
Segundo o ambientalista, a fundação tem trabalhado com o Governo neste sentido, pelo registo de abate de elefantes, por caçadores furtivos, para o comércio de marfim e consumo da carne.
Informou que vinte elefantes foram abatidos por caçadores furtivos na província do Cuanza Norte, nos últimos quatro anos, acção que está a contribuir para a extinção destes mamíferos.
Além da caça furtiva, referiu que tem se registado, igualmente, o atropelamento de elefantes levando em muitos casos a morte do animal.
A destruição do seu habitat natural, segundo o especialista, constitui também uma ameaça para a existência ou sobrevivência do elefante na floresta.
Graça Catute disse que a Fundação Kissama, através do projecto “Nzau”, tem realizado desde 2019 acções de protecção e monitoramento de elefantes.
O controlo, informou, faz-se através da colocação de coleiras (GPS), câmeras, armadilhas, bem como de sinalética e outdoor ao longo da estrada nacional 230, para acautelar os automobilistas sobre a existência de elefantes.
A colecta de material biológico para análise de DNA, trabalhos de sensibilização e educação ambiental nas comunidades, elaboração de matérias de educação ambiental, rastreio remoto das coleiras dos elefantes, constam também das acções do projecto Nzau.
Conforme o ambientalista, os trabalhos permitiram já a elaboração de um diagnóstico sobre a situação actual do animal, apontando soluções para garantir a conservação do seu habitat natural e a protecção do mamífero, bem como evitar a disputa de terras com o homem.
As zonas de distribuição geográfica dos Elefantes-da-Floresta, fundamentalmente, nas províncias do Bengo, Uíge e Cuanza-Norte.EFM/IMA/ASS