Lubango - O Centro de Investigação e Desenvolvimento da Educação (CIDE), do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) da Huíla, está a desenvolver, em seis escolas do Lubango, a técnica da compostagem, que visa a produção de adubo natural para hortas pedagógicas.
A compostagem é um processo de reciclagem do lixo orgânico, transformando a matéria orgânica encontrada no adubo natural, que pode ser usado na agricultura, em jardins e plantas, substituindo o uso de produtos químicos.
A actividade enquadra-se no projecto “Cidades Sustentáveis de Angola”, um contributo de um estudo sobre os Resíduos Sólidos no Lubango, conectado ao programa de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, do Ministério do Ensino Superior Ciência, Tecnologia e Inovação.
O trabalho está ser realizado por uma equipa multi-sectorial composta por professores e estudantes do ISCED-Huíla, técnicos da direcção provincial da Educação, Serviços Comunitários e Ambiente, assim como da Administração do Lubango, segundo o membro coordenador do Projecto, Abel Bala.
Em declarações hoje, segunda-feira, à ANGOP, o também investigador do ISCED-Huíla realçou que o projecto conta com um orçamento de 40 mil dólares norte-americanos financiados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e está a ser desenvolvido desde 2023, cujo término está previsto para o primeiro trimestre de 2025.
O investimento, segundo o académico, visa consciencializar os alunos, professores e a comunidade circundante às escolas, sobre a importância do uso de resíduos em seu benefício, como por exemplo a reutilização de material orgânico, como restos de comida e de frutas para transformar em adubo.
Explicou que estão a trabalhar com as escolas número 13, 26, 57, 59, 194 e 705 do I e II ciclos do ensino secundário, todas na sede do município do Lubango, tendo como principal critério de selecção a existências hortas e condições para regadio.
De acordo com Abel Bala, o processo começou com a consciencialização de professores e alunos em paradas sobre questões ambientais e práticas de arborização, estando numa fase inicial de abertura dos espaços para a compostagem.
Sublinhou que cada aluno é responsável em trazer de casa em um saco de produtos orgânicos, como restos de comida cozida, cascas de frutas, batata, cenouras, cascas de ovos para colocar na compostagem e no fim de 90 dias estarão transformados em adubo natural, para ser colocado nas hortas pedagógicas.
Como resultados esperam dar alguma utilidade ao que se pensa ser lixo, a publicação de livros infantis, artigos científicos, guias práticos, folhetos de sensibilização/informativos, a preparação de jardins das escolas, recolha do material reutilizável para usar no jardim, identificar empresas, pessoas e outros interessados em apoiar a iniciativa. BP/MS