Cuito – A aposta no aumento da transversalidade da educação especial em todos os subsistemas de ensino consta entre os principais desafios do Ministério da Educação (MED), com objectivo de garantir a inclusão escolar efectiva das pessoas portadoras de deficiências.
A afirmação é do director do Instituto Nacional de Educação Especial (INEE), Laureano Sobrinho, que apresentava no II Conselho Consultivo do MED, encerrado hoje, sábado, o balanço dos primeiros cinco anos da implementação da Política Nacional de Educação Especial orientada para a Inclusão Escolar.
Esta medida, segundo fez saber, visa assegurar que haja alunos com necessidades especiais matriculados em todos os subsistemas de ensino, desde o pré-escolar ao superior, para que se tenha uma verdadeira inclusão.
Ainda em termos de desafios, apontou a conversão de todas as escolas em instituições com condições para a inclusão, para que se possam acolher as diversidades humanas, respeitar e prestar atenção a todas as diferenças.
Quanto ao balanço dos primeiros cinco anos da implementação da Política Nacional de Educação Especial orientada para a Inclusão Escolar, afirmou ter se registado um grande ganho, fundamentalmente a nível do acesso de novos alunos.
Disse ter havido um maior número de alunos matriculados, comparativamente ao período anterior, com o registo, no presente ano lectivo (2023/2024), de 44 mil e 916 crianças com deficiência em todo sistema de ensino.
No capítulo da rede escolar, referiu que o país possui, actualmente, mil e 644 escolas inclusivas, das quais 22 núcleos de apoio à inclusão.
Disse também ter se registado ganhos na melhoria das acessibilidades, não só física como também de comunicação, com o aumento de intérpretes no país.
No que diz respeito aos professores, adiantou existir um grande número de profissionais capacitados, sendo que a meta é abranger, de forma gradual, todos que participam no processo de ensino e aprendizagem.
Lourenço Sobrinho fez saber que as acções voltadas para a materialização da educação inclusiva são abrangentes ao sector privado, no sentido de responder melhor esta população, cujo tratamento impõe-se no âmbito da salvaguarda dos direitos humanos.
Questionado sobre o contributo dos parceiros sociais nesta vertente, disse ser positiva, sobretudo das famílias e dansociedade em geral, na garantia do direito à educação de pessoas com deficiência, não obstante ainda ser um problema que enferma muitos tabus.
O responsável, que apresentou igualmente as perspectivas da Política Nacional de Educação Especial orientada para a Inclusão Escolar, salientou que as metas passam, entre outras, no reforço da informação e sensibilidade das comunidades sobre os aspectos ligados à educaçãoninclusiva.
O II Conselho Consultivo do MED realizado na cidade do Cuito, capital da província do Bié, de 02 a 04 de Maio, decorreu sob o lema: "Professores de que precisamos para a educação que queremos – O imperativo global para inverter a escassez de professores” .
O mesmo foi orientado pela ministra da Educação, Luísa Grilo. VKY/PLB