Bogotá - O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou hoje uma remodelação ministerial que inclui a mudança de sete dos seus ministros, entre eles alguns considerados cruciais, como os das Finanças, Interior e Saúde.
Num comunicado onde anuncia as mudanças, Petro disse que está a ser construído um novo gabinete que vai ajudar a consolidar o programa de governo, que vai ser na base de um acordo nacional franco e sincero para continuar a trabalhar para servir as comunidades em todo o país.
Entre as alterações mais notórias estão as do ministro das Finanças, José Antonio Ocampo, considerado um nome de confiança dos mercados; do ministro do Interior, Alfonso Prada; e da ministra da Saúde, Carolina Corcho, muito criticada por alguns sectores devido ao seu projecto de reforma da saúde, em parte o gatilho para a crise ministerial.
Os ministros da Agricultura, Cecilia López; da Ciência, Arturo Luna; das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), Sandra Urrutia; e dos Transportes, Guillermo Reyes, criticado pela forma como lidou com a crise aérea do país, estão também de saída.
Os novos nomes anunciados por Gustavo Petró são o ministro das Finanças, Ricardo Bonilla; o do Interior, Luis Fernando Velasco; o da Saúde, Guillermo Alfonso Jaramillo; a da Agricultura, Jhenifer Mojica; a da Ciência, Yesenia Olaya; o das TIC, Mauricio Lizcano, e o dos Transportes, William Camargo.
Lizcano, que era director do Departamento Administrativo da Presidência (Dapre), foi substituído por Carlos Ramón González.
Muitos dos novos ministros foram secretários de Petro durante o seu período como autarca de Bogotá, entre 2012 e 2015, incluindo Bonilla, Jaramillo e Camargo.
Petro acrescentou que a mudança, que ocorre um dia depois de ter pedido a demissão formal de todo o seu gabinete, se deve às dificuldades que o seu programa de governo, e especialmente as suas reformas sociais, têm encontrado no Congresso, onde o Pacto Histórico, coligação de esquerda que o levou à presidência, não tem maioria.
"Apesar de o meu Governo e o seu compromisso com o diálogo e o pacto terem sido rejeitados por alguns líderes políticos tradicionais e do “establishment”, vamos persistir com o nosso programa e a nossa vocação para grandes acordos nacionais", acrescentou o presidente.
Com excepção de Carolina Corcho, muito próxima de Petro, e de Alfonso Prada, a maioria dos ministros que deixam o Governo são membros ou próximos dos partidos Liberal, Conservador e da U, que não apoiam o projecto de reforma da saúde do Governo no Congresso. CNB/GAR