Ondjiva - Membros das organizações da sociedade civil da província do Cunene abordaram, esta quinta-feira, em Ondjiva, o papel da academia e o aumento na literacia sobre o poder autárquico, visando o aumento do conhecimento dos cidadãos sobre importância da governação local.
O debate aconteceu durante uma palestra promovida pela organização não governamental Missão de Beneficência Agropecuária do Kubango, Inclusão, Tecnologias e Ambiente (MBAKITA).
Em declarações à ANGOP, o coordenador de programa da Mbakita, Simão Faria, disse que o evento permitiu uma reflexão e partilha de conhecimentos entre a classe académica, rumo ao fortalecimento e a interacção no contexto das autarquias locais.
Referiu que a perspectiva é fortalecer as capacidades das organizações da sociedade civil para o melhor acompanhamento dos processos eleitorais do poder local.
Desta feita, realçou que os docentes constituem uma classe importante na participação das autarquias, daí que devem ser munidos de matérias relacionadas com o pacote legislativo, de modo a ter o domínio.
Ao dissertar o tema, o jurista Júnior Paulino fez uma abordagem jurídico-legal e Constitucional sobre as autarquias, cujo processo os académicos são chamados a colaborar mediante a produção de conteúdos e pesquisas para seja efectivado.
Apontou a necessidade de maior domínio dos elementos que instruem a sociedade a ter uma participação direita no processo, de modo a entender o que são as autarquias e quem pode ser o autarca, assim como a sua institucionalização.
"Embora haja uma tímida divulgação, nota-se que a população carece de conhecimento e informação real em relação aos benefícios do sistema autárquico”, referiu.
O projecto de literacia autárquica é de âmbito nacional, sendo que a MBAKITA está a trabalhar em sete províncias, nomeadamente Cunene, Namibe, Huíla, Cuando Cubango, Moxico, Lunda Norte e Sul, enquanto as restantes 13 estão a cargo das organizações Centro Nacional da Aconselhamento e a Rede Terra.
O projecto tem como grupo alvo a classe académica, jornalistas, membros da sociedade civil, igrejas, associações cívicas, autoridades tradicionais, partidos políticos e estudantes.FI/LHE/ART