Rivungo - As autoridades sanitárias de Angola e Zâmbia realizaram, esta segunda-feira, na sede do município do Rivungo, uma marcha a favor de todas as medidas em curso sobre os mecanismos de actuação conjunta no combate à malária e outras doenças.
O encontro juntou os administradores municipais do Rivungo (Angola) e Shangombo (Zâmbia), bem como os responsáveis dos sectores da saúde das províncias fronteiriças dos dois países, que reafirmaram o compromisso de continuar a trabalhar para uma saúde mais inclusiva e humanizada, com o foco na prevenção.
Ao discursar no final da marcha, a supervisora provincial de malária do Cuando Cubango, Maura Cassequele, referiu que os números das doenças que mais assolam a população da província do Cuando Cubango ainda continuam preocupantes, assegurando que todo o esforço continuará a ser envidado para reverter o quadro.
A título de exemplo, sublinhou que, só no primeiro trimestre de 2024, foram notificados 102 mil e 230 casos positivos de malária, dos quais 67 terminaram em óbitos, sendo que o município do Rivungo, fronteiriço com Zâmbia, notificou três mil e 203 casos e não teve nenhum óbito pela doença.
Comparativamente ao primeiro trimestre de 2023, segundo a responsável, a província notificou 66 mil e 554 casos positivos de malária e 67 óbitos.
Sobre a cólera, uma doença que assola a Zâmbia e outros países da região da SADC, disse não ter, até ao momento, nenhuma ocorrência, apesar de haver um plano de contingência e formada uma equipa para atender eventuais casos.
Relativamente à nutrição, informou que em 2024 foram diagnosticados a nível provincial três mil e trinta e seis casos, com 550 curados e 28 óbitos, bem como o abandono de 444 pacientes.
Destes números, indicou a responsável, o município do Rivungo registou 51, dos quais 34 sem complicações médicas e prontamente tratados no ambulatório e 17 com complicações médicas tratados no internamento.
Comparativamente ao ano de 2023, foram diagnosticados dois mil, 296 casos, dos quais mil 216 curados, 18 óbitos e 302 pacientes abandonaram o tratamento.
Por seu turno, o administrador municipal do Rivungo, Wilson Tchimbinde, reconheceu que a Zâmbia e Angola fizeram progressos na luta contra a malária, através de várias intervenções, como a distribuição de mosquiteiros, pulverização residual interior e melhoria no acesso aos serviços de saúde.
Por isso, considerou crucial o contínuo trabalho conjunto para acelerar os esforços da luta por um mundo mais equitativo, onde todos tenham acesso aos cuidados de saúde e tratamento adequado.
Realçou que, à semelhança da malária, os dois países têm trabalhado no combate às doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão, diabetes, insuficiência renal, hepatite, entre outras.
A exemplo deste facto, lembrou o administrador, muito recentemente Angola participou num encontro idêntico na cidade zambiana de Livingstone, que abordou a prevenção de doenças e partilha das melhores práticas de controlo epidemiológico.
Para além de outras actividades, no entender do gestor do Rivungo, o encontro reforça as relações diplomáticas existentes entre os dois países, em particular no sector da saúde.
Na sua intervenção, o administrador do município do Shangombo, província do Mungo (Zâmbia), Siamana Muvita, reafirmou o comprometimento dos dois governos na preparação de condições urgentes para as campanhas de vacinação em massa, saneamento básico e distribuição de mosquiteiros para a contínua redução e controlo dos casos de malária.
"Os técnicos dos dois municípios devem continuar a trabalhar com as mesmas políticas e estratégias nas iniciativas de controlo da malária, garantindo que as intervenções de alto impacto sejam implementadas em grande escala", defendeu.
Considerou que, com tais acções, os dois países alcançarão a eliminação da malária e melhorarem a qualidade de vida dos seus povos. MSM/ALK