Luanda - A lesão renal está entre as principais complicações da malária registadas em crianças, no Hospital Pediátrico David Bernardino, informou esta quinta-feira, em Luanda, a directora-geral da referida unidade sanitária, Elsa Barbosa.
Em declarações à imprensa, no quadro do Dia Mundial da Malária, que hoje se assinala, a directora referiu que nesta altura, 25 crianças realizam sessões de hemodiálise derivada dessa lesão por complicação da malária.
Dados do hospital indicam que mais de duas mil crianças foram diagnosticadas com malária, no primeiro trimestre deste ano. Deste número, mil 412 foram internadas.
Elsa Barbosa disse que 80 por cento das crianças que internam no hospital por malária chegam em estado grave, sendo que o nível de mortalidade gira entre 3 a 4 por cento.
O hospital regista uma média semanal de 100 a 150 casos positivos de malária.
De acordo com a médica, a malária continua a ser a primeira causa de internamento e morte na unidade sanitária.
Apesar de garantir que o hospital possui stock de medicamentos e testes suficientes para atender a demanda, a responsável enfatizou que a prevenção continua a ser uma ferramenta chave para a redução dos casos de malária.
Segundo a responsável, à anemia por malária também tem sido uma das inquietações da unidade, devido a entrada de pacientes com cerca de três a quatro gramas de hemoglobina.
“Um dos nossos grandes problemas tem sido a anemia. As pessoas não gostam de doar sangue e as crianças internam com uma anemia severa, perigando suas vidas”, frisou.
Para si, é necessário um grupo de doadores de sangue para ajudar a salvar vidas.
Incidência da malária em outras unidades
A médica epidemiologista do Hospital Josina Machel, Maria Augusta, revelou que a malária está entre a segunda e terceira causa de internamento e procura dos serviços no hospital.
No primeiro trimestre de 2024, foram registados 2.087 casos de malária, 18 por cento dos quais de malária grave, com 17 óbitos.
Fez saber que os pacientes dão entrada ao hospital com vários tipos de malária, desde a disfunção hematológica, hepática, neurológicas e renal.
O hospital testou, no primeiro trimestre, 19 mil pacientes por malária, o que representa uma taxa de 85 porcento.
Por sua vez, a directora-geral da Maternidade Lucrécia Paim, Lígia Alves, salientou que esta patologia atinge substancialmente as mulheres grávidas e recém-nascidos.
Com relação aos dados estatísticos, aclarou que no último trimestre notificaram 619 casos de malária, em 19 mil e 59 mulheres atendidas. Alistou uma taxa de letalidade de 1,2 por cento .
Adiantou que a malária na mulher grávida é uma das causas de abortos e hemorragia pós-parto.
A unidade recebe malária placentária, anémica e congénita.
O Dia Mundial da Malária foi criado pela Organização Mundial da Saúde, com o objectivo de mobilizar a sociedade civil para a erradicação dessa doença. EVC/OHA
