Cacolo – Oitenta e três parteiras tradicionais do município do Cacolo (Lunda-Sul), participam desde hoje, sexta-feira, numa acção formativa sobre o trabalho de parto prolongado e riscos na comunidade, visando evitar complicações pós parto, ruptura interina e assegurar os cuidados com os recém-nascidos.
Na abertura da formação, o administrador municipal de Cacolo, Luís Domingos, reconheceu o papel das parteiras tradicionais no surgimento de vidas, cuja experiência exige actualização permanente de conhecimentos, para melhor acompanhar e ajudar a parturiente a aderir às unidades sanitárias.
Considerou ser uma medida eficaz a constante actualização de conhecimentos sobre os trabalhos de partos na comunidade, tendo apelado mais cuidado para prevenção dos riscos obstétricos, bem como fístulas e hemorragias decorrentes de mau tratamento por falta de cuidados.
Por este facto, aconselhou as parteiras tradicionais a encaminharem as parturientes com alguma dificuldade as unidades sanitárias próximas, para que os especialistas possam atender condignamente.
Por seu turno, a especialista do hospital municipal de Cacolo, Elisabeth Saraiva, disse que durante dois dias, as parteiras tradicionais vão aprender a cuidar dos utensílios de apoio ao parto, manuseio de materiais gastáveis, técnicas de parto, cuidados pós-parto, sinais de perigo na gravidez, infecções sexualmente transmissíveis e planeamento familiar.
A formação enquadra-se nas celebrações da semana da Parteira Tradicional que a Nações Unidas através da sua agência OMS instituiu em 1991, no dia 5 de Maio, como reconhecimento do papel que desempenham as mulheres nas comunidades rurais e não só.
O Gabinete Municipal da Saúde no Cacolo controla 83 parteiras tradicionais.
O município do Cacolo dista 141 quilómetros da sede capital de Saurimo, tem uma população estimada em 42 mil 196 habitantes, distribuídos nas comunas de Alto Chicapa, Cucumbi e a sede.JW/PA