Huambo – O livro científico sobre as áreas transfronteiriças de conservação da região do Okavango/Zambeze, da autoria da docente universitária Amélia Carlos Cazalma, foi apresentado, esta quarta-feira, no Huambo, em sessão bastante concorrida por académicos, empresários e turistas.
A obra, intitulada "O contributo do desenvolvimento sustentável do turismo nas áreas transfronteiriças de conservação, para a inclusão das comunidades e promoção da paz", conta com de 689 páginas, subdividido em oito capítulos.
Em declarações à imprensa, no final da cerimónia decorrida no auditório do Centro Integrado de Formação Tecnológico (CINFOTEC-Huambo), a autora disse que o livro, com uma tiragem inicial de 500 exemplares, resulta do incentivo à inclusão e promoção da paz nas comunidades, pelo facto de o turismo constituir um recurso que impulsiona desenvolvimento sustentável.
Este incentivo, acrescentou, passa pela construção de estradas, infra-estruturas, agricultura, pesca e outros bens essenciais.
Referiu que Angola pelas grandes potencialidades turísticas, como rios, flora, fauna, mar, entre outros, que possui, precisa somente apostar na formação dos cidadãos em várias áreas, de modo a cativar os investidores estrangeiros a aplicarem os seus recursos nas localidades.
Amélia Carlos Cazalma explicou que o livro traz componentes do desenvolvimento do turismo transfronteiriço e áreas de conservação mundial, dos quais quatro estão em Angola, com realce para o Okavango/Zambeze, segunda maior do mundo, com uma dimensão de 519 mil 512 quilómetros quadrados.
Por isso, defendeu a promoção de trabalhos conjuntos na Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC) para o progresso do turismo da região, com realce para segurança, estradas, Internet, alojamentos e outros, com foco na empregabilidade da juventude de ambos os lados.
Explicou que a fundamentação teórica do livro traz, na primeira parte, toda a conceituação e a problemática do turismo e áreas transfronteiriças, e a segunda, aborda a parte empírica da investigação feita em Angola, Botswana, Zâmbia, Zimbabwe e Namíbia, integrantes da região do Okavango/Zambeze.
Sob chancela da editora portuguesa Lisbon, a par do Huambo, a obra foi apresentada no Cuando Cubango, em diversas cidades de Luanda, e em Portugal.
Amélia Carlos Cazalma é professora doutora pela Universidade de Coimbra, Portugal, na área de Turismo, Lazer e Cultura. É presidente da organização não-governamental SEAKA e do projecto Social Casa do Caminho André Luiz, em Luanda, capital do país.
É, também, directora-geral do Centro Escolar João Henriques Pestalozzi, da Clínica Doutor Agostinho Neto e do centro de formação profissional Rainha Njinga, para além de docente universitária, fundadora e coordenadora do programa de Educação para a Cidadania Democrática. /ZZN/JSV/ALH