Ndalatando - Cidadãos no Cuanza- Norte manifestaram-se, esta quinta-feira preocupados com a falta de agências de viagem e turismo na província, afirmando que tem estado a influenciar na fraca divulgação e exploração do potencial do sector na região.
Numa ronda efectuada pela ANGOP, alguns cidadãos acreditam que a criação de empresas locais com serviços especializados de publicidade, registo e guias turísticos vai alavancar o sector económico, hoteleiro e promoção de empregos.
O gerente do hotel Términus, João Hélder defendeu a criação de um mapa com a localização das principais potencialidades turísticas da província, que deve ser divulgado permanentemente por empresas locais, que operam no ramo, para facilitar a orientação dos visitantes que pretendem desfrutar das belezas da província.
Considerou que por falta de agências vocacionadas à divulgação do potencial turístico do Cuanza-Norte, a província tem sido apenas um ponto de passagem para Malanje, que conta com zonas de turismo com maior publicitação.
João Hélder apontou o centro turístico horto-botânico do Kilombo, localizado há três quilômetros do centro da cidade e a fonte de água da Santa Isabel, como sendo os locais mais visitados por ocupantes do hotel.
O cidadão Pedro Miguel defendeu maior aposta do Governo no incentivo ao empresariado do Cuanza-Norte, a fim de apostarem em espaços de lazer e restauração, de modo a contribuírem para o desenvolvimento do turismo e da economia local.
O técnico do centro turístico e horto-botânico do Kilombo, Simão Filipe disse que a zona tem recebido visitas diárias de pessoas de vários pontos do país e estrangeiros, sobretudo aos finais de semana e feriados.
O espaço, tutelado pelo Instituto Nacional de Investigação Agronómica, afecto ao Ministério da Agricultura, não dispõe de plataforma digital, para divulgação do seu potencial.
Simão Filipe informou que a publicitação do espaço tem sido feita por visitantes que, ao mostrarem imagens do espaço em várias plataformas digitais, despertam o interesse de outras pessoas.
Indicou que o horto-botânico do Kilombo, com vegetação densa, que compreende uma zona de investigação agronómica dotada de árvores e plantas de várias espécies, é ainda considerado o pulmão da cidade de Ndalatando (capital da província), dada a sua influência no clima da urbe.
Já o cidadão Francisco João defendeu a melhoria das vias de acesso e uma maior preservação do potencial histórico e turístico da zona do Massangano, município de Cambambe, que foi capital provisória de Angola durante o século XVI, por ocasião da ocupação de Luanda pelos Holandeses.
Locais Turístico
A província do Cuanza-Norte tem 85 locais de interesse turístico, dos quais dois estão classificados - a cidade do Dondo e o centro turístico de Massangano, ambos no município de Cambambe.
Dos pontos turísticos cadastrados, 35 têm acesso com condições propícias para o turismo rural, náutico e ecológico.
Os locais mais visitados são o centro horto botânico e as furnas do zanga, em Ndalatando (capital da província), a praça de escravos, o tribunal de reclusão, a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias e o túmulo do capitão português Paulo Dias de Novais, datados do século XVI.
Constam ainda da lista, a Ilha do Ndala Ngombe, o corredor do rio Kwanza, no município de Cambambe, as furnas de Cacolombolo e as Quedas da Quilessa (no Lucala), o centro turístico do Mazalala e as ruinas da igreja de Santo Hilário (no Golungo Alto) e o Santuário de Camabatela (em Ambaca).
Cuanza-Norte é uma província de Angola situada na zona Oeste do país e a 190 quilómetros de Luanda, com dez municípios e uma extensão territorial de 20 mil 252 quilómetros quadrados. LJ/IMA /VIC