Maputo - O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse hoje ser "fundamental" a retoma dos megaprojetos de gás natural face à "promissora estabilidade" em Cabo Delgado, palco de ataques terroristas, afirmando que as decisões financeiras não podem ser argumento nesta fase.
Na abertura, esta manhã, em Maputo, da 10.ª edição da Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique, Nyusi considerou fundamental isso porque não pode ser problema de decisão financeira, agora, associado à situação terrorista. Esse projecto já existia, já é antigo. Isso significa que havia clareza na sua execução. Não pode encalhar por esta razão, que se procurem outras.
Em concreto, apelou aos concessionários da Área 1, liderada pela TotalEnergies, que perante a "gradual promissora estabilidade" na península de Afungi, distrito de Palma, Cabo Delgado, "acelerem o desenvolvimento da retoma dos projetos em terra", e que na Área 4, em terra, liderado pela ExxonMobil "se acelere o processo conducente à Decisão Final de Investimento, com os devidos ajustamentos ao Plano de Desenvolvimento aprovado em 2018".
A multinacional francesa TotalEnergies tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural, avaliada em 20 mil milhões de dólares, projecto suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas.
Já a ExxonMobil considerou em Julho passado que o investimento no gás natural de Moçambique está encaminhado para ser tomada uma Decisão Final de Investimento em 2025, começando a produzir no final da década.
O projecto da Exxon em Cabo Delgado - província a norte afectada há mais de seis anos por ataques terroristas - previa uma produção de 15,2 milhões de toneladas por ano, mas a companhia antevê uma produção anual de 18 milhões de toneladas actualmente.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado. JM