Madrid - O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) manifestou-se preocupado com as alegadas deportações de centenas de cidadãos do Burkina Faso, a maioria mulheres e crianças, que procuraram refúgio no Ghana para fugirem ao terrorismo.
Num comunicado divulgado na quarta-feira, o ACNUR apelou ao Governo do Gana para "pôr termo a estas expulsões, que constituem uma violação do princípio da não repulsão, e garantir o acesso ao território e asilo aos nacionais do Burkina Faso que procuram proteção".
Este princípio, incluído no direito internacional, proíbe o retorno de uma pessoa que procura asilo ou refúgio noutros quando a sua vida ou liberdade esteja em perigo.
De acordo com os media locais do Burkina Faso, uma delegação governamental composta por vários ministros desse país deslocou-se à cidade de Dakola (sul) para visitar os cidadãos deportados, cujas expulsões aparentemente estão a decorrer desde terça-feira, 11 de Julho.
O ACNUR também confirmou que está a colaborar com as autoridades do Ghana para garantirem a protecção de mais de 8.000 cidadãos do Burkina Faso deslocados para aquele país devido ao terrorismo.
Neste sentido, esta agência da ONU e o governo do Ghana criaram um centro de acolhimento na região fronteiriça do Alto Leste, com capacidade para albergar 4.000 pessoas e com o objectivo de as reinstalar longe da fronteira.
O Burkina Faso tem sofrido frequentes ataques terroristas desde Abril de 2015, perpetrados por grupos ligados tanto à Al-Qaeda quanto ao Estado Islâmico, especialmente no norte do seu território.DSC