Pretória - O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, nomeou um painel independente, formado por três membros, para investigar se o país forneceu armas à Rússia, após as acusações feitas pelos Estados Unidos.
A presidir o painel está o juiz reformado Phineas Mojapelo.
"O Governo pretende apurar as circunstâncias que levaram o navio a estar atracado e o suposto carregamento (...) entre 06 e 09 de Maio", explicou a Presidência, em comunicado.
Em 11 de Maio, o embaixador dos EUA, Reuben Brigety, garantiu, em conferência de imprensa, que a África do Sul forneceu armas à Rússia.
Segundo o embaixador, o carregamento terá acontecido, em Dezembro de 2022, através do navio russo "Lady R", que atracou na base naval de Simon's Town, na Cidade do Cabo.
"Armar os russos é gravíssimo. Não consideramos que este problema esteja resolvido", afirmou o diplomata.
O Presidente decidiu avançar com a investigação face "à gravidade das denúncias, o grau de interesse público e o impacto do assunto nas relações internacionais da África do Sul".
Em 23 de Maio, o partido governante na África do Sul insistiu que a carga do navio cargueiro russo "Lady R" permanece "classificada".
Na semana anterior, os Estados Unidos também expressaram "preocupações" junto do Governo de Moçambique com o facto de o navio russo, sob sanções de Washington, ter atracado em Janeiro num porto do país, disse à Lusa a porta-voz da embaixada dos EUA em Maputo.
"A embaixada dos EUA manifestou preocupações junto de representantes do Governo moçambicano sobre a ancoragem de um cargueiro russo sancionado pelos Estados Unidos num porto da Beira, em Janeiro deste ano", referiu, em resposta a questões colocadas pela Lusa.