Luanda – A Comissão da União Africana (CUA) lançou um programa de investimento que visa mobilizar 30 mil milhões de dólares americanos, até 2030, para garantir a resiliência da água às alterações climáticas, anunciou hoje, em Nairobi, a comissária Josefa Correia Sacko.
Segundo uma nota de imprensa chegada à ANGOP, em Luanda, Josefa Sacko intervinha na 35.ª reunião do Secretariado da Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente, que decorre na capital queniana.
A diplomata acrescentou que, no âmbito do apoio aos Estados-membros da União Africana (UA), no domínio do clima, a CUA tomou igualmente a iniciativa de desenvolver um programa de preparação para o fundo verde.
Disse que foram aprovados, recentemente, seis milhões de dólares em recursos de subvenção do seu programa de preparação para desenvolver projectos de investimento na água para 15 Estados-membros.
Em conformidade com a “Visão Africana da Água 2025”, prosseguiu, a Comissão, em colaboração com outros organismos, liderou o desenvolvimento do programa, com vista a colmatar o défice de investimento neste sector.
Ainda no âmbito das preocupações das alterações climáticas, Josefa Sacko disse estar em curso um programa africano de ar limpo à escala continental, coordenado por “fortes iniciativas nacionais, transmitidas em cascata às comunidades económicas regionais e a níveis políticos mais elevados”.
Fez saber que o estudo propôs um conjunto de 37 medidas para reduzir as emissões que causam a poluição atmosférica e as alterações climáticas, agrupadas em cinco áreas de intervenção relacionadas com o transporte, a utilização de energia residencial, a produção de energia, a indústria e a agricultura, bem como a gestão de resíduos.
“A luta contra as três crises planetárias de perda de biodiversidade, alterações climáticas e poluição requer um compromisso e uma acção sustentada de todas as partes interessadas”, sublinhou a responsável da UA para o Departamento da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável.
O Centro de Inovação, considerado parte fundamental da agenda da resiliência contra o clima, está dedicado aos inovadores africanos, em particular mulheres e jovens de todo o continente, para mostrar as suas soluções climáticas e ideias de projectos que “mudam o jogo” e que apoiam a realização de uma África sustentável e resiliente ao clima.
A 35ª reunião do Secretariado da Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente decorre desde quinta-feira sob o lema: "A circularidade como solução para combater as alterações climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição".
Organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), o evento tem por objectivo sensibilizar e debater sobre as próximas etapas da circularidade como solução para a tripla crise planetária. JM/IZ