Amnistia Internacional exige investigação a massacre atribuído ao exército etíope

     África           
  • Luanda     Sábado, 13 Abril De 2024    07h44  
Logotipo da Amnistia Internacional (AI)
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Divulgação

Londres - A Amnistia Internacional exigiu sexta-feira uma investigação internacional e independente do massacre alegadamente cometido por soldados etíopes, em Janeiro último, em Merawi, no noroeste do país, no qual, pelo menos, 50 pessoas terão sido mortas.

O massacre ocorreu no quadro de um violento confronto entre o exército federal etíope e milícias Fano, que atacaram o comando militar na cidade de Merawi, localizada a cerca de 35 quilómetros da capital do estado etíope de Amhara, Bahir Dar, de acordo com fontes locais e médicas em declarações ao serviço da BBC em amárico.

Na sequência dos confrontos, os militares do exército federal iniciaram uma rusga casa-a-casa em busca de elementos das milícias e acabaram por retaliar contra a população.

A Amnistia Internacional (AI) dá conta de, pelo menos 50 pessoas foram mortas, mas ONG etíopes elevam o número para 80 a 90 civis chacinados.

A intervenção militar beneficiou do estado de emergência decretado pelas autoridades federais na região, numa alegada tentativa de conter os níveis extraordinários de violência.

A Comissão Etíope dos Direitos Humanos tem conhecimento de que "mais de 80 pessoas morreram em resultado destas buscas 'casa-a-casa', incluindo duas mulheres", sublinhou a AI num comunicado divulgado sexta-feira.

A Associação Amhara da América, por sua vez, diz ter confirmado pelo menos 89 mortos e identificou 47 deles como vítimas de uma "matança indiscriminada" pelos militares após "baixas significativas" sofridas pelo ataque das forças milicianas, segundo a AI.

"As forças etíopes efectuaram execuções generalizadas e dispararam sobre qualquer pessoa na rua", acrescenta o comunicado.

Na "ausência de qualquer esforço credível por parte das autoridades etíopes para investigar o que aconteceu", o director regional da Amnistia Internacional para a África Oriental e Austral, Tigere Chagutah, apelou a uma investigação internacional para apurar responsabilidades, depois de mais de uma dúzia de entrevistados - incluindo sobreviventes, familiares e fontes médicas - terem descrito execuções sumárias levadas a cabo pelos militares nas ruas de Merawi, onde deixaram os corpos espalhados.

A Amnistia alerta para o facto de "as execuções em larga escala se terem tornado um fenómeno horrivelmente comum na Etiópia", sobretudo desde o início da guerra no estado de Tigray, iniciada em Novembro de 2020 e que se prolongou durante dois anos.

Neste Estado, vizinho de Amhara e palco de um dos conflitos armados mais sangrentos da história recente de África - o Governo etíope estima em 100.000 o número de mortos, mas os mediadores da União Africana referem cerca de 600.000 -, as Nações Unidas registaram mais de 48 "massacres em grande escala" durante o conflito, que terminou com a assinatura de um acordo de paz na África do Sul, em 2022. MOY/CS

 





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