Argel – A Argélia manifestou oficialmente o seu desacordo com a resolução do Conselho de Segurança da ONU relativamente a renovação do mandato da Missão da ONU para o Sahara Ocidental (Minurso).
Numa declaração tornada publica domingo, 01, o ministro argelino dos Negócios estrangeiros afirma que o país não apoiaria “aquela resolução parcial”.
Segundo a mesma fonte, a abordagem adoptada pelo Conselho de Segurança “ é fundamentalmente desequilibrada” e “ falta cruelmente de responsabilidade e de lucidez”.
“ Na sequencia da adopção pelo Conselho de Segurança da Resolução 2602 (2021) visando renovar o mandato da MInurso a Argélia exprime a sua profunda tristeza, no que concerne a abordagem fundamentalmente desequilibrada, consagrada por esse texto que falta cruelmente de responsabilidade e de lucidez tendo em conta o infeliz esforço de alguns dos ditos membros influentes do dito Conselho”, explica o ministro na sua declaração.
A Argélia, acrescenta o documento, “exprime a sua plena compreensão das constatações e conclusões da parte saharaui, e não apoiará a referida resolução parcial, que visa confortar as exorbitantes pretensões do Estado ocupante (Maroc, ndlr) que a mesma encoraja a intransigência e as manobras tendentes a entravar e a perverter o processo de descolonização do Sahara ocidental”.
“ Por princípio e por solidariedade para com o povo irmão do Sahara ocidental, Argélia espera do novo enviado pessoal do Secretário-geral que inscreva estritamente o seu mandato na efectivação da Resolução 690 (1991) referente ao Plano de Regulamento aceite pelas duas partes do conflito, nomeadamente, o Reino de Marrocos e a Frente Polisario, adoptado unanimemente pelo Conselho de Segurança”, recorda a mesma fonte.
“ Argélia espera que a comunidade internacional vaitrabalhar no sentido de fazer com que Marrocos e a RASD, na sua qualidade de Estados membros da União Africana (UA), apliquem a decisão do Conselho de Paz e Segurança da UA adoptada durante a sua reunião dos chefes de Estado e de governo, a 09 de Março de 2021, que sugere a ambos os países de, incondicionalmente, iniciar negociações directas e francas, conforme o artigo 04 da Acta constitutiva da UA”, refere o comunicado.
Recorde-se que quinta-feira, 29 de Outubro, o Conselho de Segurança da ONU adoptou uma resolução submetida pelos Estados Unidos, sobre a renovação do mandato a Minurso, por um ano.
Sábado, 30, a Frente Policarpo reagiu a referida resolução, afirmando que “ o povo saharaui não tem outra escolha, senão continuar e intensificar a sua legitima luta para defender a soberania da sua pátria e assegurar o exercício do seu inalienável direito e não negociável à autodeterminação e à independência”.