Ouagadougou - O Burkina Faso comemorou, domingo, o 55.º aniversário da revolta popular que derrubara o seu primeiro Presidente, Maurice Yaméogo, a 3 de Janeiro de 1966, constatou a PANA no local.
"Comemoramos, hoje (domingo), o 55.º aniversário da sublevação popular de 3 de Janeiro de 1966. Nesta ocasião, gostaria de saudar o empenho e o sacrifício de todos os atores das lutas emancipatórias no nosso país", escreveu o Presidente burkinabe, Roch Marc Christian Kaboré.
"Neste dia de recordação, reafirmo a minha disponibilidade para construir, num diálogo franco e frutuoso, um Burkina Faso forte e resiliente, do progresso para todos", acrescentou o Kaboré.
"A revolta popular de 3 de Janeiro de 1966, a de 30 e 31 de Outubro de 2014 e a resistência ao golpe de Estado de 16 de Setembro de 2015 reflectem a determinação de um povo a defender sempre os seus legítimos interesses", reconheceu o Presidente Kaboré na sua mensagem à nação.
Ele aludia à data de 3 de Janeiro de 1966, quando o então Presidente de Haute Volta, atual Burkina Faso, Maurice Yaméogo instaurou uma política de austeridade para restringir liberdades sindicais.
A população opôs-se e organizou um grande comício que acabará por o derrubar e entregar o poder a militares.
Aos 30 e 31 de Outubro de 2014, no final do seu último mandato, o então chefe do Estado burkinabe, Blaise Compaoré, foi destituído da mesma maneira, por ousar alterar a Constituição a fim de disputar um quarto mandato, referiu-se.
A população tomou as ruas, incendiou a Assembleia Nacional e forçou-o a demitir-se, prosseguiu.
Um ano mais tarde, quando a Transição, iniciada logo após a demissão da Compaoré, estava a chegar ao fim, soldados próximos de Compaoré tiveram a audácia de empreender um golpe de Estado.
Mas a população organizou-se e resistiu, obrigando os golpistas a entregarem o poder aos civis.
