Ouagadougou – O porta-voz do governo de transição burkinabè, Lionel Bilgo, disse quarta-feira, 27, em Ouagadougou que a Junta militar no poder no Burkina Faso já decidiu que a transição fará três anos, noticia a Agencia de noticias turca (AA).
"Das escolhas que o Burkina Faso fez, uma delas foi a de definir a duração da transição que é de três anos, algo que foi decidido pelas forças vivas da Nação, e que tem em conta a questão da segurança nacional”, declarou Bilgo, no termo da reunião do Conselho de ministros.
De acordo com o responsável burkinabe, a prioridade para as actuais autoridades de transição é a protecção do país e a urgência humanitária.
“Esperamos que a CEDEAO dê um sinal que permita ao Burkina Faso, Mali e Níger estancar a crise securitária, porque a questão do prazo já a decidimos, e são três anos”, acrescentou.
Por seu lado, a CEDEAO anunciou em comunicado que num futuro próximo serão enviadas missões da instituição, em Ouagadougou, para preparar um relatório da próxima cimeira.
Aquando da conferência dos chefes de Estado realizada a 25 de Março ultimo em Accra (Ghana), a CEDEAO instou o Burkina Faso a indicar uma duração razoável da transição, o mais tardar, até 25 de Abril, sob pena de ser alvo de sanções.
Segundo o comunicado da CEDEAO, publicado quarta-feira, o Burkina Faso disse precisar de um prazo suplementar, ao contrario do dia 25 de Abril de 2022, a fim de continuar com as consultas sobre as diversas questões.
O porta-voz do governo burkinabe sustentou que o seu país não recebeu qualquer notificação da CEDEAO, mas reafirmou, mais uma vez, que era importante para aquela instituição ter em conta o contexto nacional.
"Para nós, o mais importante, como membros da CEDEAO, mesmo e estamos suspensos, é encontrar paz no nosso país, porque se o Burkina Faso não tiver segurança, nenhum país da sub-região o estará”, sublinhou.
Militares burkinabè derrubaram a 24 de Janeiro último o antigo Presidente Roch Marc Christian Kaboré, supostamente por a sua gestão da situação securitária ter sido ineficaz, o que levou a suspensão do Burkina Faso das instancias da CEDEAO.