Cabo Verde e FMI negoceiam 40 milhões de dólares do Fundo de Resiliência

     África           
  • Luanda     Quinta, 13 Outubro De 2022    14h20  
Um ângulo da cidade da Praia, Cabo Verde (arquivo)
Um ângulo da cidade da Praia, Cabo Verde (arquivo)
LUCAS NETO

Praia - O Governo cabo-verdiano está a negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um financiamento de 40 milhões de dólares pelo novo Fundo de Resiliência, disse hoje, quinta-feira, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia.

A posição foi transmitida pelo governante, que é também ministro das Finanças, após reunir-se, em Washington, com o director do Departamento Africano do FMI, Abebe Selassie, à margem das Reuniões Anuais das Instituições de “Bretton Woods” - FMI e Banco Mundial.

"O encontro foi igualmente oportunidade para abordarmos a possibilidade de Cabo Verde vir a ser contemplado com o novo Fundo de Resiliência (RST), num valor de cerca de 40 milhões de dólares (41 milhões de euros, ao câmbio de hoje)", disse.

Trata-se de um novo mecanismo criado pelo FMI que tem por objectivo ajudar os países a lidarem com os desafios estruturais macroeconómicos, face ao contexto actual de crise, segundo o Governo cabo-verdiano.

"Sobre a mesa estiveram, entre outras temáticas, os desafios que Cabo Verde tem pela frente, na decorrência das crises e o impacto que a evolução da economia na Europa, neste contexto de guerra, pode ter na nossa economia", explicou ainda Olavo Correia.

O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística desde Março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%.

O FMI aprovou em 16 de Junho passado um acordo para uma Linha de Crédito Alargada (ECF, na sigla em inglês) de 60 milhões de dólares (61,6 milhões de euros) para Cabo Verde.

"O director congratulou-se com Cabo Verde pela excelente prestação na implementação do Programa estabelecido com o FMI, bem assim, com a implementação das reformas, tendo salientado o nível de crescimento económico para 2022 que pode ser dobro do que foi projectado", afirmou ainda, hoje, o vice-primeiro-ministro.

Em Junho passado, em comunicado, o conselho executivo do FMI divulgou tratar-se de um acordo de ECF a três anos, até Junho de 2025, para apoiar o arquipélago, através de direitos especiais de saque (SDR, na sigla em Inglês).

O pacote de financiamento ajudará a mitigar o impacto persistente da pandemia de covid-19 e os efeitos colaterais da guerra na Ucrânia, assim como a reduzir o défice fiscal e a preservar a sustentabilidade da dívida, segundo o FMI.

Além disso, ajudará a proteger grupos vulneráveis e a apoiar uma agenda de reformas que leve a um crescimento mais elevado e mais inclusivo.

Este acordo segue-se ao apoio de emergência do Fundo a Cabo Verde em Abril de 2020, ao abrigo da Facilidade de Crédito Rápido que correspondeu a 32,3 milhões de dólares (33,16 milhões de euros) no momento da aprovação.

Segundo Olavo Correia, o director do Departamento Africano do FMI, Abebe Selassie, "mostrou-se disponível em apoiar o arquipélago, junto com os demais SIDS [Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, na sigla em inglês], a conseguir ter voz nas negociações internacionais para se adoptar o Índice de Vulnerabilidade Multidimensional (MVI)".

"Deste modo, aproveitei a reunião para, em nome do povo cabo-verdiano e do Governo, agradecer o suporte do FMI e mostrar os desafios que o país vem tendo e o comprometimento na implementação das reformas. Por outro lado, reforçar o pedido no sentido de continuarmos a contar com o suporte do FMI para implementação das medidas e reformas para a protecção social, no sentido de erradicação da pobreza em Cabo Verde", concluiu.





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