Kinshasa - Onze corpos identificados como reféns mortos pela milícia Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) foram, nesta sexta-feira, encontrados num rio no leste da República Democrática do Congo (RDC), segundo fonte da sociedade civil.
"São cadáveres de civis que foram encontrados a boiar no rio Ituri. Estas vítimas fazem, sem dúvida, parte dos reféns dos rebeldes da ADF, raptados e levados para a floresta após o ataque que perpetraram em 22 de Março na aldeia de Matolo", disse à EFE Jean Bosco Lalo, presidente da sociedade civil de Ituri.
As ADF são um grupo rebelde criado no Uganda, com ligações ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Esta milícia está actualmente baseada em Ituri e na província vizinha de Kivu do Norte, onde desencadeia ataques com regularidade.
Os cadáveres referenciados foram no troço do rio com o mesmo nome no território de Mambasa, e o número de corpos pode aumentar, alertou Lalo.
"Já informámos as autoridades sobre esta descoberta e esperamos que os serviços competentes sejam mobilizados para procurar outros corpos", acrescentou.
Os seus alvos não são claros, além de uma possível ligação ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), que por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.
Embora os peritos do Conselho de Segurança das Nações Unidas não tenham encontrado provas de apoio directo do EI às ADF, os Estados Unidos identificaram as ADF, desde Março de 2021, como uma "organização terrorista" ligada ao grupo extremista.
As autoridades ugandesas também acusam o grupo de organizar ataques no seu território e, em Novembro de 2021, os exércitos do Uganda e da RDC iniciaram uma operação militar conjunta para combater os rebeldes.
Desde 1998, o leste da RDC, país que faz fronteira com Angola, está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU no país (Monusco). MOY/CS