Nairobi - O director do África CDC sublinhou hoje que só a monitorização das "zonas quentes" da pandemia da covid-19 em África e uma resposta rápida adequada podem "baixar o impacto de uma segunda e eventual terceira vaga no continente".
"Para baixar o impacto de uma segunda e eventual terceira vaga no continente, o Africa CDC apela a que seja mantido o uso da ciência e seja aumentada a vigilância, por forma a apoiar a nossa capacidade de resposta. A monitorização das zonas quentes e uma resposta rápida são muito importantes", reforçou John Nkengasong, director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
O continente africano ultrapassou hoje os dois milhões de casos de infecção reportados (2.013.388), o que corresponde a 3,6% do total de casos de infecção reportados em todo o mundo. Mais de 1,7 milhões de pessoas recuperaram de infecções com covid-19, representando uma taxa de recuperação na ordem dos 85% em todo o continente, anunciou na conferência de imprensa semanal em formato virtual desde Addis Abeba.
Um pouco mais de 48 mil mortes foram registadas, o que aponta para uma taxa de mortalidade "estável" de 2,4% no continente e representa 3,6% das mortes por covid-19 em todo o mundo, indicou ainda Nkengasong.
Cinco países foram responsáveis na última semana por 75% do total de casos reportados esta semana em todo o continente. São eles a África do Sul, com 38% de todos os casos, Marrocos (15%), Egipto (6%), Etiópia (5%) e Tunísia (4%).
Durante a semana entre 09 e 15 de Novembro foram registados 93 mil novos casos de contágio, o que representou um aumento de 7% no número de novos casos registados, e 2.127 mortes, representando uma diminuição de 3%. Os cinco países que reportaram um maior número de novos casos foram Marrocos (acima dos 36 mil), África do Sul (mais de 13 mil) Tunísia (9 mil), Quénia (7 mil) e Argélia (5 mil).
Em relação às tendências verificadas no continente durante o período de cerca de um mês, entre 19 de Outubro e 15 de Novembro, foi registado um aumento de 9% no número de novos casos no conjunto do continente, correspondente a aumentos de 19% na região da África Central, 12% no Norte de África, 10% na África Oriental, 3% na África Austral e 1% na África Ocidental.
Em relação ao registo de novos casos nos países com maior população, o Quénia liderou o aumento de novos contágios (24%), seguido do Egipto (15%), República Democrática do Congo (RDC, 13%), Nigéria (8%), África do Sul (6%) e a Etiópia registou uma diminuição de 11%.
Em termos de mortes, a África do Sul registou uma diminuição média de 10% no número de mortes, o Egipto, 9% e Etiópia, 7%. Em contrapartida foi registado um aumento do número médio de mortes na RDC (36%), Nigéria (33%), e Quénia (29%).
O continente atingiu um recorde de 20,6 milhões de testes levados a cabo pelos 55 Estados, o que representa um aumento de 5,5% no número de testes reportados na semana prévia. O objectivo inicial era o alcance dos 20 milhões de testes no final de Outubro, registo que foi alcançado duas semanas mais tarde, o que "não é terrível", segundo o director do África CDC.
Dez países contribuíram para a realização de 73% dos testes -- África do Sul, Marrocos, Etiópia, Egipto, Quénia, Ghana, Nigéria, Ruanda, Uganda e Camarões.