Nova Iorque - Mais de 1000 pessoas foram mortas e outras 400 raptadas em conflitos nos últimos seis meses no Sudão do Sul, afirmaram hoje as Nações Unidas.
"Mais de 1.000 pessoas morreram no Estado de Warrap nos últimos seis meses (...) Há muitas pessoas que pretendem levar a cabo ataques de retaliação, para vingar aqueles que morreram", afirmou um representante da ONU no Sudão do Sul, David Shearer.
A fonte adiantou ainda recear que a violência aumente com o aproximar da estação seca chegar, em Janeiro de 2021.
Entretanto, no estado oriental de Jonglei, "centenas" de pessoas morreram em combates este ano "e mais de 400 pessoas foram raptadas", acrescentou.
"O risco de conflito em Jonglei é, portanto, (...) muito, muito elevado", alertou.
O responsável da ONU apelou ao diálogo inter-comunitário e disse que a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul iria destacar mediadores da paz para vários locais identificados como focos de violência.
Os observadores temem que a violência possa fazer descarrilar o acordo de paz assinado em Setembro de 2018.
Os princípios-chave do acordo, incluindo a unificação de grupos armados num único exército, não estão actualmente a ser implementados.
O Sudão do Sul, onde foi assinado um acordo de paz em 2018, luta para se recuperar de uma guerra civil de seis anos que matou cerca de 380.000 pessoas e terminou, oficialmente, com a criação, em Fevereiro deste ano, de um governo de unidade nacional.
Contudo, a violência recomeçou nos últimos meses entre comunidades rivais, envolvendo frequentemente no roubo de gado, num acerto de contas mortífero.