Contagem de vítimas do conflito no Sudão está abaixo dos números reais, segundo a OMS

     África           
  • Luanda     Sexta, 02 Junho De 2023    14h27  

Genebra - O número de mortos no conflito do Sudão, actualizado com base em dados do Ministério da Saúde do país, pode estar muito aquém do número real de vítimas causadas pelos combates, informou hoje o porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tarik Jasarevic.

De acordo com a fonte, que falava em conferênca de imprensa em Genebra, as vítimas registadas até agora (850 mortos e 5.500 feridos) correspondem apenas aos números fornecidos pelos hospitais que ainda funcionam no Sudão.

"Não se trata apenas de pessoas feridas no conflito. Há também doentes que não têm acesso aos medicamentos de que necessitam para tratar doenças crónicas", disse o porta-voz.

Jasarevic também referiu-se às mais de 20.000 mulheres grávidas que não têm acesso a cuidados pré-natais.

De acordo com a organização não-governamental de monitorização de conflitos ACLED, a guerra no Sudão já provocou pelo menos 1.800 mortos.

Os confrontos no Sudão opõem o exército, chefiado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), liderado pelo general Mohamed Hamdane Dagalo.

Entretanto, o chefe das operações do Crescente Vermelho no Sudão, Patrick Elliott, alertou para o facto da situação poder agravar-se nas próximas semanas com o início da estação das chuvas no país.

Elliott disse que muitos dos campos onde se encontram as pessoas deslocadas podem ficar isolados pela água.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) viu-se obrigada a duplicar o seu apelo de fundos para a emergência humanitária no Sudão, que ascende atualmente a mais de 60 milhões de euros.

Para além disso, a FICV lançou também um segundo apelo de 41 milhões de euros para ajudar as pessoas que fogem para os países vizinhos do Sudão.

Actualmente, o Crescente Vermelho considera que "os combates não mostram sinais de abrandamento e o número de vítimas continua a aumentar diariamente".

Esta situação está a provocar uma escassez crescente de alimentos, água e combustível, bem como a destruição de hospitais, edifícios residenciais e infraestruturas de energia e água.

No primeiro mês e meio do conflito, a organização enviou 40.000 voluntários para o Sudão, fornecendo alimentos a 40.000 pessoas e tratamento médico a 24.000 e procedeu à retirada de 740 feridos.

A falta de apoio médico e assistência hospitalar também coloca em perigo milhares de mulheres grávidas e bebés recém-nascidos.

Segundo as Nações Unidas, mães e bebés correrão sérios riscos a partir da próxima semana devido à falta de combustível utilizado pelos geradores de emergência nos hospitais sudaneses, especialmente na capital, Cartum, devido aos combates.

A ONU alerta para o facto de estes constantes cortes de energia terem levado muitos hospitais a suspender os seus serviços de emergência obstétrica e neonatal.

"Dada a extrema insegurança da situação, até o transporte de combustível é uma actividade perigosa. Continuam a registar-se tiroteios e pilhagens no país, e dezenas de instalações médicas foram destruídas", alerta o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).

A agência das Nações Unidas para a população calcula que vivam actualmente no Sudão 260.000 mulheres grávidas, 90.000 das quais deverão dar à luz nos próximos três meses.

Para responder às suas necessidades, a agência formou cerca de 27.000 parteiras que "arriscam a vida" para fazer partos em casa, numa situação crítica em termos de recursos: dois dos principais centros de cuidados em Cartum, o hospital Ombada e o hospital Saudi, completamente sobrecarregados e em pleno corte de energia, só podem realizar uma média de 54 intervenções por dia.DSC





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