Pretória (Da correspondente) - O Chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, informou ao país que mais de 41 mil funcionários do sector público da Saúde foram infectados desde o início da pandemia no território em Março de 2020.
Ramaphosa, que se dirigia à Nação em discurso televisivo na noite de segunda-feira, a partir da Cidade do Cabo (sul do país), acrescentou que "durante o mês de Dezembro corrente, quatro mil e 630 profissionais acabaram infectados com a Covid-19 ".
"Os nossos profissionais de saúde da linha da frente, que colocaram as suas vidas em risco, nos últimos nove meses, para cuidar dos doentes, têm sido acometidos pela doença em números cada vez maiores", disse o Presidente.
Na sua intervenção e procurando chamar a atenção dos cidadãos de que o Coronavírus é extremamente perigoso, o Presidente falou de um episódio real que o deixou preocupado.
O Presidente disse ter lido, domingo último, um artigo de um médico, nas redes sociais, a partir de uma das instituições de saúde do país, retratando a situação que os profissionais do sector enfrentam.
Citando o referido texto, Ramaphosa disse que "metade dos nossos consultores tem Covid-19. Mais se metade dos meus colegas teve Covid-19 ou estão actualmente em quarentena”.
"O hospital está cheio, sem pontos de oxigênio. Os hospitais privados estão repletos, não aceitando mais pacientes, sem camas em lugar algum”, disse o Presidente citando a fonte.
O texto em questão alerta que "todos nós vamos pagar pela nossa incapacidade de sermos responsáveis com as nossas vidas".
Segundo o Presidente, os homens e mulheres que mantiveram com bravura os hospitais e clínicas abertos e resistindo, com coragem e profissionalismo, correm agora um risco ainda maior do que antes, estando quase no ponto de rotura.
"Eles podem perder as suas vidas. Mais famílias lamentarão. Tudo por causa das nossas acções e da nossa falha em assumir responsabilidade. Estamos num ponto extremamente perigoso da nossa luta contra a pandemia", concluiu o Presidente Cyril Ramaphosa.