Praia - Cabo Verde decidiu pela retoma gradual das actividades desportivas no país, depois de oito meses de paragem, no âmbito das medidas tomadas para conter a transmissão do novo coronavírus, apurou a PANA de fonte oficial.
A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional do Desporto (CND), durante a sua IX reunião ordinária.
Em declarações à imprensa para dar a conhecer as decisões saídas do encontro, o presidente do Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ), Frederic Mbassa, revelou que a retomada será feita gradualmente, consoante a situação epidemiológica em cada ilha e o nível de risco de cada modalidade.
Mbassa explicou que ainda existem “determinados requisitos a cumprir”, mas que “a retomada será feita mediante uma planificação rápida”.
“O nosso foco principal é manter o estado sanitário assertivo e correcto no país com a contribuição do desporto. Mas é um desafio. Há modalidades e federações que já nos alertaram que a retoma das suas actividades leva a um período de adaptação e preparação”, explicou.
Segundo o presidente do IDJ, o risco de contaminação varia conforme as modalidades, sendo que, na prática de actividades colectivas e de contacto como o boxe, o risco é maior que nas individuais como o atletismo, a ginástica, o ciclismo e o xadrez.
Frederic Mbassa assegurou que as instituições desportivas estão alinhadas com as autoridades sanitárias no concernente à segurança desportiva.
Realçou que todos os parceiros e conselheiros do desporto estão engajados, de modo que se projecta para a próxima semana o arranque dos trabalhos.
Serão delineadas estratégias e planos para que as competições sejam devidamente retomadas, o quanto antes, nas ilhas já com condições mínimas para o efeito.
No entato, nas ilhas de Santiago e Fogo, onde vigora ainda o estado de calamidade, o retomar das provas fica adiado, advertiu.
“Nas outras ilhas onde a taxa de incidência é muito mais baixa e nas regiões onde já se nota uma estabilidade a nível de casos e um trabalho de investigação levado a cabo pelas autoridades sanitárias, já há parceria para que consigamos, realmente, dar inicio à retoma”, precisou.
Frederic Mbassa enalteceu a “importância extrema” da participação, no encontro, do director nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto, por entender que a sua presença permitiu esclarecer as dúvidas levantadas.
Cada uma das federações/instituições passa a estar munida de ferramentas que lhes permitam inteirar-se dos requisitos necessários, para que cada modalidade defina o regulamento de provas para o início das actividades.
O presidente do IDJ reconheceu que a pandemia trouxe novos desafios à prática do desporto e ao próprio instituto, como a planificação, articulação, logística, e a nível de recursos humanos e financeiros,
Sobre os custos, ele esclareceu que os mesmos serão partilhados entre o IDJ, federações e entidades desportivas, numa época “atípica, com desafios enormes”.
Frederic Mbassa anunciou que para o sucesso desta retomada das actividades ficou acordada a criação de uma “task-force”, envolvendo pontos focais do IDJ, a Direcção Nacional da Saúde, do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros e das federações, com o intuito de garantir uma retomada segura.
“Temos de levar em conta que o desporto também tem a sua contribuição para a saúde de todos nós”, enfatizou Frederic Mbassa.
Na abertura da reunião do CND, o ministro do Desporto, Fernando Elísio Freire, garantiu que o Governo fará de tudo para que as provas desportivas sejam retomadas em segurança.
Contudo, ele alertou que os custos dos testes da covid-19, que vão ser necessários para o retomar das provas desportivas, são “elevadíssimos” para a realidade cabo-verdiana, pois que, por cada jogo, em determinadas modalidades, variam entre os 200 mil (1818 euros) a um milhão de escudos (9090 euros) semanais.
