Pretória (Da correspondente) - O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse nesta terça-feira que o mundo só irá beneficiar se houver um acesso equitativo da vacina de covid-19.
Cyril Ramaphosa enfatizou que os países pobres precisam das vacinas tanto quanto as outras nações que já começaram a vacinar os seus cidadãos. “Não estaremos seguros se alguns países estiverem a vacinar e outros não”.
O Chefe de Estado sul-africano, que falava sobre o Estado do Mundo no Fórum Económico Mundial (WEF) de Davos, mostrou-se preocupado sobre o nacionalismo da vacina.
“Os países ricos do mundo adquiriram grandes doses de vacinas dos fabricantes, sendo que muitas destas nações foram para além “do normal” aos compraram quatro vezes mais do que a sua população necessita. Isso foi feito para excluir outros países que também precisam da vacina covid-19, advogou.
Ramaphosa aplaudiu os esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) de implantar a unidade Covax para aglomerar todos os processos de aquisição e para que haja igualdade na distribuição e acesso às vacinas.
“Neste momento, os países ricos do mundo estão a manter essas vacinas, daí o nosso apelo para que liberem o excesso de vacinas que encomendaram ou acumularam”, apelou.
Referiu que um país com 40 milhões de habitantes não tem necessidade de comprar 120 milhões de doses ou mesmo 160 milhões, porque o mundo inteiro precisa de ter acesso a essas vacinas.
Para contrapor este comportamento, o Chefe de Estado sul-africano que a União Africana (UA) constituiu uma Equipa Africana de Aquisição de Vacinas (AVATT).
A medida, segundo Ramaphosa, permitiu já garantir, a partir de fabricantes, um montante provisório de 270 milhões de doses da vacina covid-19, que se vai juntar as 600 milhões de doses da iniciativa covax.
A África do Sul registou já desde o início da pandemia cerca de 1,4 milhões de casos e mais de 40 mil mortes.