Cairo - Dezoito pessoas, na maioria mulheres, foram detidas numa manifestação de solidariedade com as mulheres de Gaza e do Sudão organizada terça-feira defronte da sede da agência da ONU Mulheres no Cairo, denunciou hoje um advogado local.
Segundo o advogado egípcio dos Direitos Humanos Khaled Ali, entre os detidos estão os advogados de direitos humanos Ragia Omran e Mahienour el-Massry, bem como a activista Lobna Darwish, da Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais (EIPR) e "cidadãos que por acaso passaram perto da reunião.
Num comunicado divulgado durante a noite na sua página do Facebook, o Movimento Civil Democrático (MCD), coligação de 12 partidos políticos da oposição, condenou "a detenção de uma série de mulheres egípcias, incluindo activistas, jornalistas e advogadas, enquanto realizavam uma manifestação pacífica na tarde de terça-feira em frente à sede da agência da ONU Mulheres para exigir o fim da guerra" em Gaza.
O movimento cita testemunhas que afirmaram que "a manifestação foi violentamente dispersada" e que vários activistas "foram levados para um local desconhecido".
O Egipto é um dos países que mais utiliza a pena de morte. Segundo Washington, o Cairo viola os direitos humanos "em tudo, desde prisões à liberdade de expressão e aos direitos LGBT+".
Em Abril de 2022, foi formada uma comissão presidencial de perdão, que permitiu a libertação de quase mil prisioneiros de consciência num ano. JM