Addis Abeba – Intensos combates opuseram terça-feira, 10, as forças governamentais etíopes e os rebeldes da região do Tigre, uma escalada de guerra que se pode transformar num conflito regional.
Segundo o “France 24”, as tropas etíopes entraram em acção contra as autoridades tigreenses, depois de estas terem atacado duas bases militares federais.
As acusações foram desmentidas pela Frente Popular de Libertação do Tigre (FPLT).
Os desentendimentos entre o Primeiro-ministro Etiope, Abiy Ahmed, a FPLT, datam de há algum tempo, quando o grupo separatista começou a acusar o governante etíope, eleito, em 2018, de querer reduzir a sua influencia na capital, afastando-os do governo e multiplicando a corrupção.
Também não concordam com o acordo de paz assinado com a Eritreia, três meses depois depois de Aby Amey ter chegado ao poder, valendo-lhe o Prémio Nobel da Paz, em 2019.
“Os tigreenses dirigira o país de 1991 a 2018, incentivando a guerra contra a Eritreia, país com o qual têm históricas rivalidades territoriais”, explica Gérard Prunier, antigo pesquisador no CNRS, especialista do Corno de África e da Região dos Grandes Lagos.
Hoje, retirados para a sua região, eles considera o governo central colo seu inimigo.
Acrescentado a isso, é o facto de Tigre ter desafiado o poder central, organizando eleições, apesar a proibição decretada por Addis Abeba, por causa do Covid-19.
A Constituição etíope concede uma larga autonomia às regiões, incluindo a possibilidade de secessão.
Os tigreenses representam 6 % da população etíope, mas a sua região é a mais militarizada do país, ocupando um importantíssimo lugar no comando das Forças Armadas.