São Pedro - O Papa Francisco apelou hoje (domingo) à paz e ao diálogo na Etiópia, abalada por um longo conflito que já causou milhares de vítimas, durante um breve discurso após a oração do Angelus.
"Acompanho com preocupação as notícias vindas do Corno de África, em particular da Etiópia, com um conflito que começou há mais de um ano e causou muitas vítimas e uma grave crise humanitária", disse o papa.
"Peço que prevaleçam a harmonia fraterna e um diálogo pacífico", acrescentou.
A guerra entre os rebeldes da região etíope do Tigray e o executivo central da Etiópia começou há um ano, em 04 de Novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope ordenou uma ofensiva contra a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) como retaliação por um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.
Os rebeldes de Tigray anunciaram, no início desta semana, que tinham tomado o controlo das cidades de Dessie e Kombolcha na região de Amhara, a apenas 400 quilómetros da capital da Etiópia, Addis Abeba, ao que governo etíope respondeu com a declaração de estado de emergência em todo o país, numa fase inicial por seis meses.
Este último avanço da TPLF coloca-a no mesmo território onde operam os rebeldes do Exército de Libertação Oromo (OLA), com os quais anunciaram uma aliança no final de Agosto.
O pontífice também dedicou uma breve mensagem à Serra Leoa, onde a explosão de um camião de combustível causou uma centena de mortos: "Também rezo pelas vítimas de um incêndio causado por uma explosão de combustível na Serra Leoa".
Antes da oração do Angelus, na homília chamou a "atenção aos hipócritas" e disse para "não basear a vida no culto da aparência, da exterioridade, do cuidado exagerado com a própria imagem".
"É um aviso para todos os tempos e para todos, Igreja e sociedade: nunca aproveitem o seu próprio papel para afastar os outros, nunca ganhem pela pele dos mais fracos! E estejam alerta, para não caírem na vaidade, na obsessão pela aparência, perdendo a substância e vivendo na superficialidade", argumentou.
A hipocrisia, continuou o papa, é "uma doença perigosa para a alma" e, em vez de ser levado por ela, é melhor mostrar generosidade e gratidão para com os outros, declarou.