Nova Iorque - Cerca de 6.000 congoleses refugiados na Zâmbia desde o aumento dos confrontos inter-comunitários no sudeste da República Democrática do Congo (RDCongo), em 2017, regressaram desde Dezembro de 2021, anunciaram hoje as Nações Unidas.
"Embora algumas partes do país permaneçam altamente inseguras, outras regiões, como o Alto Katangayo (província), já estão estáveis, permitindo o regresso" de pessoas deslocadas, afirmou hoje o porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Boris Cheshirkov, num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Segundo a mesma fonte, os refugiados - 60 por cento dos quais são menores - receberam os "documentos de repatriamento voluntário" e a "autorização de imigração acelerada", além de terem feito exames médicos, e lhes ter sido dada comida e água antes de regressarem.
Nos últimos meses, vários autocarros deslocaram cerca de 6.000 pessoas do campo de refugiados zambiano de Mantapala (província norte de Luapula) para a fronteira da RDCongo, com o objetivo de atingir um total de mais de 11.000 refugiados congoleses registados para regressarem voluntariamente ao seu país.
De acordo com o ACNUR, os repatriados também recebem "assistência em dinheiro para cobrir despesas básicas", incluindo o custo de deslocamento, ajuda para pagar a renda de casa ou alimentação mensal, entre outros.
Até agora, só em Mantapala viviam 18.000 congoleses, mas a Zâmbia acolhe no total do país mais de 60.200 refugiados da RDCongo, segundo dados da ONU.
O aumento dos confrontos intercomunitários a partir de meados de 2016 e ao longo de 2017 e a actividade de grupos armados no leste e sudeste da RDCongo deixaram dezenas de mortos e provocaram o deslocamento de centenas de milhares de pessoas na região.