EUA desistem de ser observadores nas eleições presidenciais no Uganda

     África           
  • Luanda     Quarta, 13 Janeiro De 2021    11h14  

Kampala - A embaixadora dos Estados Unidos no Uganda disse hoje que a instituição que dirige cancelou os planos para acompanhar as eleições presidenciais desse país africano, depois das autoridades locais terem negado a credenciação à maioria dos membros da equipa de observadores.

Em comunicado, a embaixadora Natalie E. Brown expressou "profunda decepção", destacando que mais de 75 por cento das acreditações foram negadas.

“Com apenas 15 acreditações aprovadas, não é possível aos Estados Unidos observar de forma significativa a condução das eleições no Uganda em locais de votação em todo o país”, afirmou.

"Como afirmámos anteriormente, os Estados Unidos não tomam partido nas próximas eleições do Uganda. Apoiamos um processo eleitoral livre, justo, pacífico e inclusivo", disse a embaixadora.

Sem a "participação robusta de observadores, as eleições no Uganda não terão a responsabilidade, transparência e confiança que as missões de observação fornecem", sublinhou.

A declaração da embaixada dos EUA surge depois do Presidente de Uganda, Yoweri Museveni, ter criticado duramente os parceiros como Facebook e grupos externos não identificados que acusou de "arrogância".

O Governo local ordenou na terça-feira aos seus operadores de Internet a suspensão "imediata" do acesso a todas as redes sociais e serviços de mensagens - Facebook, Twitter, WhatsApp, Signal e Viber - até novo aviso, que pode não acontecer logo após o escrutínio.

Os observadores da União Europeia, destacados em todo o Uganda nas eleições de 2006, 2011 e 2016, não irão observar este sufrágio, uma vez que a oferta de Bruxelas (UE) de destacar uma pequena equipa de peritos eleitorais não foi aceite.

O governo de Uganda tem alegado repetidamente que os estrangeiros estão a apoiar a oposição.

O actual chefe de Estado, Yoweri Museveni, 76 anos e há mais de 35 no poder, candidato pelo Movimento de Resistência Nacional (NRM, na sigla em inglês), partido histórico no poder, enfrenta nas eleições 10 candidatos, entre os quais se destaca Robert Kyagulanyi Ssentamu, ex-cantor "afrobeat" com 38 anos, conhecido pelo seu nome artístico, Bobi Wine, muito popular no país e candidato à presidência ugandesa pela Plataforma de Unidade Nacional.

A repressão de manifestações no país em reacção a uma das detenções de Wine resultou na morte de, pelo menos, 54 pessoas pela polícia, intensificando a pressão internacional, particularmente por parte dos Estados Unidos da América, aliados tradicionais de Museveni.

Antiga colónia britânica, o Uganda nunca assistiu a uma transição pacífica do poder desde a sua independência, em 1962. Entre 1966 e 1986, ano em que Museveni ascendeu ao poder, o país sofreu cinco golpes de Estado e manteve regimes que mataram dezenas de milhares de pessoas.

Cerca de 18 milhões de eleitores no Uganda escolhem na quinta-feira um Presidente para os próximos cinco anos, num escrutínio que culmina uma campanha eleitoral marcada pela repressão da policia que casou, pelo menos, 54 pessoas.

 





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