SADC clarificou passos para responder ao terrorismo - Nyusi

     África           
  • Luanda     Sexta, 28 Maio De 2021    07h02  
Líder da FRELIMO, Filipe Nyusi
Líder da FRELIMO, Filipe Nyusi
Pedro Parente

Maputo - O Presidente moçambicano disse que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) clarificou os passos a dar no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, adoptando medidas multifacetadas, tanto sociais como de reforço das forças moçambicanas.

"Saímos desta cimeira mais resolutos, fortalecidos e claros dos passos concretos que devemos dar para conter os ataques protagonizados por homens instrumentalizados por mandantes que vivem do crime organizado", referiu quinta-feira nas notas de encerramento da cimeira de chefes de Estado realizada em Maputo.

O comunicado final da SADC não faz referência ao tipo de resposta a dar à violência em Cabo Delgado --- anunciando uma nova cimeira extraordinária em Moçambique até 20 de Junho ---, mas o Presidente da República adiantou algumas linhas de acção adoptadas.

"Adoptámos medidas visando eliminar pela raiz as acções terroristas através do reforço da capacidade operacional das Forças de Defesa e Segurança (FDS) no seu combate, [através da] segurança fronteiriça e eliminação de fontes de financiamento do terrorismo e reconstrução de infraestruturas destruídas", disse, sem mais detalhes.

Segundo Nyusi, foi acordada igualmente "uma resposta abrangente e multifacetada ao fenómeno do terrorismo que martiriza a população de Cabo Delgado".

O chefe de Estado fez referência a "medidas para uma maior inclusão social, mais emprego, mais formação e educação, mais investimentos e prestação de assistência humanitária para normalizar a vida das populações afectadas".

"Neste encontro, a SADC reafirmou o seu compromisso e o seu papel de líder regional para o combate ao terrorismo em Moçambique", referiu, ao mesmo tempo que o governo terá "um papel crucial na condução de todas as acções" para erradicação do flagelo do terrorismo.

Nyusi disse ainda que o combate "não se faz fechando fronteiras de outros apoios bilaterais ou internacionais", daí que a SADC "deve coordenar os processos e permitir que Moçambique receba apoios de todos".

O comunicado final da SADC sobre a cimeira não esboçou respostas à situação em Cabo Delgado e anunciou o agendamento de uma cimeira extraordinária, "o mais tardar até 20 de Junho" em Moçambique.

No documento, lido pela secretária executiva da organização, Stergomena Tax, a organização reiterou a sua "solidariedade para com o governo e o povo" moçambicano.

Destacou ainda "os progressos registados na busca de uma solução duradoura para o terrorismo e para os actos de extremismo violento na província de Cabo Delgado e apreciou a proposta de resposta regional".

O comunicado final da SADC diz ter sido analisado o relatório de uma missão técnica que visitou Cabo Delgado no mês passado e que, segundo foi divulgado na altura, propôs o envio de 2.916 militares e de meios bélicos para ajudar o país no combate aos rebeldes armados, mas hoje nada foi dito sobre a matéria.

Já na abertura da cimeira, Nyusi tinha referido "ser importante que se faça maior investimento no reforço da segurança traduzido, entre outros, na formação e capacitação das FDS" e também em partilha de informação.

"Estamos certos de que os compromissos dos nossos países na adopção de um conjunto de medidas práticas e sustentáveis, que se traduzam com urgência em ações enérgicas, irão repelir os terroristas", acrescentou.

Nyusi frisou depois que se pretendem "ações concretas" e "rapidamente".

"Estamos cientes de que os apoios a serem postos à nossa disposição irão contribuir para a neutralização dos terroristas e perturbação das suas linhas de abastecimento e logística", a par de acções de promoção do desenvolvimento.

O encontro de quinta-feira juntou em Maputo cinco chefes de Estado da região (Moçambique, Botsuana, Malawi, África do Sul e Zimbabwe) e um representante (Tanzânia).

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.





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