Praia - Um ex-primeiro-ministro cabo-verdiano, Carlos Veiga, anunciou, terça-feira, na cidade da Praia, ser candidato às próximas eleições presidenciais em Cabo Verde, marcadas para 17 de Outubro.
Carlos Veiga, que falava a jornalistas, assegurou que a sua candidatura, a terceira protagonizada por si, vai avançar com ou sem o apoio do Movimento para a Democracia (MpD), partido actualmente no poder.
No entanto, o ex-chefe do Governo em Cabo Verde (1991-2000), que até Janeiro de 2020, representou o país como embaixador em Washington (Estados Unidos), disse contar com o apoio do MpD, de outros partidos e de organizações da sociedade.
Em anteriores declarações sobre as eleições para substituir o Presidente cessante de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o ex-primeiro-ministro admitiu poder vir a repetir a sua candidatura à Presidência da República, em 2021, apostando no entanto na "ligação estratégica" com emigrantes.
"Eu penso que, hoje, conheço muito mais [a diáspora]. E estaria em posição de advogar soluções para uma comunidade que já está muito ligada a Cabo Verde, mas que precisa de estar ligada estrategicamente", afirmou Carlos Veiga, quando cessou as funções de embaixador nos Estados Unidos.
Ele foi candidato derrotado nas presidenciais de 2001, em que teve 49,95 por cento dos votos, contra 49,02 nas de 2006, a favor de Pedro Pires, com dados a mostrarem que o círculo eleitoral de estrangeiro marcou uma importante diferença, a favor do então Presidente, apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), então no poder.
Segundo Carlos Veiga, Cabo Verde tem muita gente com capacidade para ser Presidente da República.
"É normal que haja candidatos e eu respeito todos. (...) Não quero ser o único candidato, quero que haja outros candidatos e que o povo decida", disse.
Carlos Veiga é a segunda figura próxima do MpD, que manifestou publicamente a sua intenção de concorrer ao cargo de Presidente da Republica nas eleições de 17 de Outubro, terminado que está o segundo e último mandato do actual chefe do Estado.
O primeiro a anunciar a sua entrada na corrida foi o deputado da actual maioria no Parlamento, Hélio Sanches, que diz contar também com o apoio do partido no poder em Cabo Verde.
No entanto, a forca politica dirigida pelo primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva ainda não se pronunciou publicamente sobre qual vai ser o seu candidato oficial a este escrutínio no país.