Falta de vacinas para criança africana é preocupante

     África           
  • Luanda     Quinta, 28 Janeiro De 2021    15h43  
Campanha de vacinação contra a pólio (arquivo)
Campanha de vacinação contra a pólio (arquivo)
Gaspar dos Santos

Joanesburgo - O director do departamento de pesquisa económica na consultora NKC African Economics, Jacques Nel, alertou hoje que a falta de vacinas contra a covid-19 especificamente para crianças é uma preocupação acrescida para o continente devido à juventude da população.

"Não há ainda vacinas disponíveis para as crianças, o que é preocupante no caso de África", disse o analista durante uma conferência virtual sobre as principais tendências económicas para este ano no continente, transmitida hoje a partir de Joanesburgo.

"As crianças não têm sintomas tão severos como os adultos, mas são capazes de transmitir a covid-19, e isso pode resultar num problema acrescido na obtenção da tão falada imunidade de grupo", disse o analista, considerando que "a pandemia de covid-19 vai continuar a ser um problema durante todo este ano".

Segundo a NKC African Economics, o cepticismo dos países no apoio a África vai dissipar-se até final do ano, quando os países mais ricos tiverem concluído as suas campanhas de vacinação "e perceberem que até o vírus estar eliminado em todo o lado, não estará eliminado em nenhum lado".

Os países mais desenvolvidos, apontou, "vão ser obrigados a apoiar o continente depois de terem alcançado a imunidade de grupo, portanto é de prever um aumento do apoio mais para o final do ano".

Ainda no capítulo das vacinas, Jacques Nel apresentou duas sondagens conduzidas na Nigéria e na África do Sul, as duas maiores economias do continente, para dizer que "só 40 por cento dos inquiridos na Nigéria e um terço na África do Sul querem tomar a vacina, o que é preocupante".

A opinião do analista surge na mesma semana em que o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, afirmou que os países africanos devem ter as mesmas "oportunidades" no acesso à vacinação contra a covid-19, esperando "solidariedade" dos países ocidentais.

"Estamos a afinar estes processos para podermos, nós próprios, começar a vacinação", afirmou Mahamat, em declarações aos jornalistas no final do encontro com o chefe de Estado de Cabo Verde, esta semana, nas quais sublinhou que o acesso à vacina "é uma necessidade" também para África e que o continente deve ter as mesmas "oportunidades" de pôr fim à pandemia.

"Esta pandemia, que atingiu todo o mundo, provou que não podemos só vacinar uma parte e deixar outra", afirmou, sublinhando que é uma "necessidade absoluta" que a vacina "fique disponível para todos".

De acordo com os dados apresentados por Mahamat aos jornalistas, para uma população superior a mil milhões de pessoas, 20 por cento das necessidades de doses de vacinas do continente africano serão garantidas através da plataforma internacional Covax, promovida pela OMS e pela Aliança para as Vacinas, entre outras organizações.

Além disso, uma equipa de negociação da União Africana reservou junto dos fabricantes Pfizer, AstraZeneca e Johnson & Johnson a aquisição de 270 milhões de doses para serem colocadas à disposição dos Estados-membros. Acrescentou que também estão a ser negociadas compras de doses da vacina directamente entre os Estados-membros e indústria farmacêutica, com o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank) disponível para assegurar o financiamento para essas operações.

África registou nas últimas 24 horas mais 1.039 mortes por covid-19 para um total de 87.937 óbitos, e 20.177 novos casos de infecção, segundo os últimos dados oficiais da pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infectados é de 3.494.117 e o de recuperados nos 55 Estados-membros da organização nas últimas 24 horas foi de 21.941, para um total de 2.977.335 desde o início da pandemia.

A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 





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