França pronta para combater terrorismo em Moçambique

     África           
  • Luanda     Sexta, 28 Maio De 2021    17h26  
Presidente de França, Emanuel Macron
Presidente de França, Emanuel Macron
Lino Guimarães

Pretória - O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse hoje que a França está pronta para assistir Moçambique a combater a violência armada na região norte de Cabo Delgado, desde que no âmbito de um "esforço africano" a pedido de Maputo.

"Discutimos há pouco com o Presidente Ramaphosa, a situação em Moçambique, e na semana passada tive a oportunidade de discutir também a situação com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, que participou na cimeira que organizámos em Paris", referiu Macron, no final de conversações bilaterais com o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa.

O chefe de Estado francês, que iniciou hoje uma visita oficial de dois dias à África do Sul, com a insegurança em África, incluindo no norte de Moçambique, e o combate à pandemia da covid-19 na agenda, sublinhou que a França "está muito ciente" que Moçambique enfrenta "grupos 'jihadistas'" que "ameaçam" a segurança regional.

"Estamos a acompanhar com preocupação a situação e a França pretende manter-se coordenada com Moçambique e os países na região, estamos disponíveis para ajudar, mas no contexto de uma solução política, que deve, em primeiro lugar, ser solicitada por Moçambique e, em segundo lugar, no âmbito de uma intervenção da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral], que ontem se reuniu em Maputo", sublinhou.

Emmanuel Mácron frisou que "se for tomada uma decisão para uma intervenção da SADC para restaurar a soberania em Moçambique, a França está disponível para contribuir com operações da Marinha".

O chefe de Estado francês salientou que o país europeu possui uma presença militar nos "territórios franceses da Reunião e Mayotte".

"Temos também fragatas na região e, por isso, podemos participar imediatamente se formos solicitados", frisou.

"Deve ser uma reposta africana a pedido de Moçambique e coordenada com os principais países vizinhos", sublinhou Macron.

O Presidente Ramaphosa disse que a Dupla Troika da SADC reafirmou quinta-feira em Maputo que "está apta a assistir Moçambique a erradicar" os insurgentes, "restaurando a paz e a estabilidade no país".

"Nós também discutimos os requisitos de Moçambique, como Estado soberano, para receber ajuda de outras partes do mundo. Moçambique informou que tem estado em conversações com outros países, mas quer obviamente o aval da SADC para receber assistência e é precisamente nesse âmbito que a assistência da França se manifestará", declarou o Presidente sul-africano.

"Isto porque é necessária assistência humanitária, onde os países podem contribuir com a sua solidariedade para com Moçambique, é necessária assistência de natureza económica na região, que se encontra bastante deprimida, mas também assistência técnica para capacitar as Forças Armadas de Moçambique", explicou.

O chefe de Estado sul-africano acrescentou que "há várias outras formas de assistência que Moçambique requer e que vai discutir com vários outros parceiros".

"Aplaudimos a posição da França nesta matéria, em termos de toda a assistência possível que possam dar em cooperação com vários organismos na região e com Moçambique, reconhecendo tratar-se de um Estado soberano que enfrenta um desafio monumental neste momento", vincou o Presidente Ramaphosa.

A visita do chefe de Estado francês arrancou ao início da tarde no Union Buildings, sede da Presidência sul-africana, em Pretória, onde decorreram as conversações bilaterais entre os dois países sobre temas como saúde, ensino (transferência de competências), comércio e segurança regional, visitando em seguida a Universidade Pretória onde decorre um programa sobre a produção de vacinas.

A África do Sul e a França assinaram no Union Buildings um acordo de cooperação na área da inovação científica e tecnológica.

À sua chegada ao Palácio Presidencial, em Pretória, o Presidente Emmanuel Mácron foi recebido pelo seu homólogo sul-africano Cyril Ramaphosa, com uma salva de 21 tiros de canhão, durante uma cerimónia oficial que juntou 20 ministros do executivo de Pretória.

 





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