Paris - A França não participará na reunião de acompanhamento da Conferência da ONU contra o Racismo, designada 'Conferência de Durban', prevista para Setembro, por causa das declarações anti-semitas a que deu origem, anunciou hoje o Eliseu.
Diversos países, entre os quais os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e vários países europeus, decidiram boicotar a reunião, organizada pela ONU a 22 de Setembro a propósito do 20.º aniversário da conferência mundial contra o racismo de 2001 em Durban, na África do Sul.
"Preocupado com o histórico das declarações anti-semitas feitas no âmbito da conferência das Nações Unidas sobre o racismo, conhecida como conferência de Durban, o Presidente da República decidiu que a França não participará na conferência de acompanhamento que se realiza este ano", indica o Eliseu.
Numerosos países ocidentais, incluindo a França, já tinham boicotado a conferência de acompanhamento de Durban em 2009, assim como a de 2011, em protesto pelas declarações anti-semitas que foram feitas.
A primeira conferência de Durban, de 31 de Agosto a 08 de Setembro de 2001, alguns dias antes dos ataques terroristas de 11 de Setembro, foi marcada por profundas divisões sobre as questões do anti-semitismo, do colonialismo e da escravatura. Os Estados Unidos e Israel abandonaram a conferência em protesto contra o tom da reunião.
"Apegada ao universalismo dos direitos humanos, a França continuará a lutar contra todas as forças do racismo e velará para que a conferência de acompanhamento de Durban seja realizada de acordo com os princípios fundadores das Nações Unidas", adianta a presidência francesa.
Em 2020, o Presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a alertar contra "o ressurgimento insuportável do anti-semitismo" na Europa.