Nairobi - O Governo do Quénia acusou hoje o líder da oposição, o antigo primeiro-ministro Raila Odinga, de tentar "derrubar" o Presidente William Ruto nos protestos de segunda-feira, e pediu às missões diplomáticas em Nairobi que apoiem possíveis sanções.
"Odinga convocou protestos em todo o país com o objectivo central de fazer com que os seus partidários marchassem até à sede da presidência, a Casa do Estado, derrubassem o Presidente constitucionalmente eleito da República do Quénia e o levassem a ele ao lugar de Presidente", disse o Governo através de uma carta com carimbo do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"O Governo insta a comunidade internacional a prestar atenção e a apoiar as sanções aplicadas por qualquer conduta adversa à paz e à segurança do país", acrescenta o documento a que o site Notícias ao Minuto teve acesso.
O antigo primeiro-ministro não aceita o resultado das eleições presidenciais de 9 de Agosto, apesar de o Supremo Tribunal do Quénia ter rejeitado o seu recurso contra o triunfo de Ruto, de 56 anos, com 50,49% dos votos, segundo dados da Comissão Eleitoral Independente.
Raila Odinga, de 78 anos, que concorria à presidência pela quinta vez, obteve 48,85% dos votos e apontou irregularidades durante a contagem dos votos.
A carta do ministério, dirigida a todas as missões diplomáticas, agências das Nações Unidas e organizações internacionais sediadas em Nairobi, defende as acções da polícia, que usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Odinga convocou a população a protestar no dia 20, apesar de a polícia ter proibido mobilizações para garantir a segurança pública e Ruto.
Pelo menos uma pessoa foi morta nesses protestos, que ocorreram em várias partes do país, levaram à detenção de 238 manifestantes e deixaram 24 polícias feridos. JM