Malabo - Um grupo de jovens e opositores vão reunir-se na quarta-feira na capital da Guiné Equatorial para homenagear as vítimas das explosões num quartel na cidade de Bata e para contestar a acção do governo e a militarização do país.
"Nós aqui não podemos falar em manifestações e temos dito que vamos fazer uma homenagem", disse à Lusa Paysa, um dos promotores do grupo Somos+, que pediu autorização para a realização de uma vigília na cidade de Malabo.
"No dia 07 queremos chorar os nossos mortos e a situação do país", afirmou o opositor, salientando que esta acção visa recordar o acidente no quartel de Bata, no dia 07 de Março, que mostra o nível de militarização da Guiné Equatorial, governada por Teodoro Obiang Nguema desde 1979.
A explosão no quartel "não foi um acidente, foi uma tragédia anunciada", porque o país é "um gigantesco arsenal militar" que o regime mantém com medo da revolta popular. "Um acidente é uma coisa fortuita, mas o que se passou em Bata era algo que se esperava", afirmou Paysa, considerando que ao governo de Obiang falta autoridade moral para lidar com um acidente deste género.
No dia 07 de Março, Bata, a maior cidade da parte continental do país, foi palco de várias explosões com origem num quartel militar que causaram 107 mortes e seis centenas de feridos.
O governo apontou o mau uso de munições e explosivos militares que estavam guardados no quartel como a causa do acidente, que motivou um pedido de ajuda internacional por parte das autoridades de Malabo.