Guterres "comprometido" com Sudão apesar do fim da Missão da ONU no país

     África           
  • Luanda     Quinta, 29 Fevereiro De 2024    22h20  
Secretário-geral da ONU, António Guterres (Arquivo)
Secretário-geral da ONU, António Guterres (Arquivo)
Cortesia de Kindala Manuel/Edições Novemnbro

Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, António Guterres, garantiu que continua fortemente comprometido com o povo do Sudão, apesar da Missão das Nações Unidas concluir hoje a sua retirada do país.

Num comunicado, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, frisou que a saída da Missão Integrada de Assistência à Transição das Nações Unidas no Sudão (UNITAMS) - uma missão de carácter político e não militar - não significa um desinteresse da ONU por esse país do norte de África.

"As Nações Unidas não vão abandonar o Sudão. Continuam fortemente empenhadas em prestar assistência humanitária vital e em apoiar o povo sudanês nas suas aspirações por um futuro pacífico e seguro", diz a nota.

Destacando que o conflito continua a assolar o Sudão e "está a minar ainda mais o Estado de direito e a protecção dos civis", assim como a "pôr em perigo todo o país e toda a região", Guterres apelou às partes em conflito para que "deponham as armas e se comprometam com conversações de paz amplas que conduzam à retoma de uma transição democrática liderada por civis".

Em Novembro passado, o Sudão pediu a António Guterres "o fim imediato" da missão da ONU no país, segundo uma carta distribuída ao Conselho de Segurança da ONU.

Nessa carta oficial, o Ministério dos Negócios Estrangeiros informou Guterres da "decisão do Governo sudanês de pôr fim, com efeito imediato, à UNITAMS", que emprega centenas de civis desde 2020.

Na ocasião, o embaixador sudanês junto à ONU disse que a UNITAMS - cujo mandato também incluía a monitorização das violações dos direitos humanos - "já não respondia às necessidades e prioridades" do país.

Face a esse desejo do Governo sudanês, o Conselho de Segurança aprovou o encerramento da Missão, que conclui hoje a sua retirada do Sudão.

O secretário-geral da ONU aproveitou a ocasião para reiterar o seu "profundo agradecimento" a todo o pessoal internacional e nacional da UNITAMS pela "sua dedicação e serviço ao povo do Sudão" durante todo o mandato da Missão.

"Uma pequena equipa permanecerá em Porto Sudão para supervisionar o processo de liquidação da Missão, com início em 1 de Março. O secretário-geral conta com a total cooperação das autoridades sudanesas para garantir que este processo seja concluído da forma mais harmoniosa e rápida possível", apelou Dujarric no comunicado.

Além disso, o enviado pessoal do secretário-geral para o Sudão, Ramtane Lamamra, iniciou o seu trabalho de apoio aos esforços de mediação, "em coordenação e estreita parceria com parceiros africanos e outros parceiros internacionais", acrescentou o porta-voz.

Esses esforços de mediação visam complementar o trabalho em curso das Nações Unidas no terreno, que inclui a prestação de assistência humanitária vital ao povo sudanês.

"O apoio internacional contínuo a esse respeito é de importância crítica. O secretário-geral apela às autoridades sudanesas para que continuem a sua cooperação, nomeadamente através da facilitação da emissão atempada de vistos de entrada e da circulação desimpedida do pessoal e dos parceiros das Nações Unidas no país para prestar este apoio tão necessário", concluiu.

O país tem lutado com as devastadoras consequências políticas, de segurança e humanitárias dos combates que eclodiram em 15 de Abril em Cartum e arredores, na sequência de divergências entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) sobre a integração deste grupo paramilitar nas forças armadas, o que fez descarrilar o processo de transição que se seguiu ao derrube do antigo Presidente Omar Hassan al-Bashir, após 30 anos no poder.

Actualmente, estes confrontos levaram a uma guerra civil aberta que deixou um número recorde de pessoas deslocadas: nove milhões de pessoas deslocadas internamente e 1,7 milhões de exilados, o maior número do mundo neste momento, ultrapassando mesmo os sete milhões de sírios deslocados. JM



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