Nova Iorque - O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu esta segunda-feira ao Exército sudanês e ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido que "cessem imediatamente as hostilidades", alertando que uma nova escalada do conflito pode ser devastadora para o país.
"Condeno veementemente a eclosão dos combates que estão a ocorrer no Sudão e apelo aos líderes das Forças Armadas Sudanesas e das Forças de Apoio Rápido para que cessem imediatamente as hostilidades, restabeleçam a calma e iniciem um diálogo para resolver a crise", disse o líder da Organização das Nações Unidas (ONU) na abertura de um Fórum de Financiamento para o Desenvolvimento, em Nova Iorque.
De acordo com Guterres, a situação já levou a "horríveis perdas de vidas", incluindo de muitos civis, pelo que qualquer nova escalada pode ser devastadora para o país e para a região.
O líder da ONU indicou que durante todo o fim de semana manteve contacto com autoridades sudanesas, assegurando estar envolvido activamente com a União Africana, a Liga Árabe e líderes de toda a região face a este conflito.
O Sudão entrou hoje no terceiro dia consecutivo de combates, que continuam a atingir Cartum e noutras regiões do norte e oeste do país.
O exército informou no domingo que a situação geral é "muito estável" e que houve apenas "confrontos limitados" com as RFS, principalmente na capital sudanesa.
As forças armadas afirmam controlar a maioria das instalações militares e infra-estruturas vitais em Cartum e apreenderam o estratégico aeroporto de Merowe no norte do Sudão, bem como grandes partes da conturbada área de Kordofan e outras regiões das RFS.
Segundo o Comité Médico Central Sudanês, pelo menos 97 civis foram mortos e 942 outros feridos durante os combates no fim de semana.