Kaduna – Pelo menos 60 pessoas foram esta quarta-feira raptadas na cidade de Buda, no estado de Kaduna, no centro da Nigéria, num contexto de aumento de incidentes deste tipo nas últimas semanas, segundo fontes locais e das Nações Unidas.
De acordo com o conselheiro local, Abubakar Buda, entrevistado pelo canal de televisão nigeriano Channels TV, homens armados invadiram uma aldeia no distrito de Kajuru hoje de manhã e foram de "casa em casa" raptando residentes e abrindo fogo.
O Channels TV acrescentou ainda que a pronta intervenção militar impediu que mais pessoas fossem raptadas.
Uma fonte da ONU, não autorizada a falar com a imprensa, confirmou à AFP que homens armados tinham atacado a aldeia na madrugada de hoje.
"A informação inicial era de que 40 pessoas tinham sido raptadas, mas o número subiu para cerca de 60", disse a fonte.
O mesmo número é confirmado pela agência espanhola Europa Press.
Segundo o inspector-geral da polícia local, Kayode Egbetokun, serão enviados agentes para todo o estado para "acalmar os receios e criar confiança entre a população de Kaduna, especialmente nas comunidades rurais".
Por outro lado, o ministro da Educação da Nigéria, Yusuf Tanko Sununu, lamentou o incidente, numa conferência, em Kaduna.
"É inacreditável que tenhamos actualmente mais de 20 milhões de crianças fora da escola (na Nigéria)", disse.
"Vamos continuar a rezar para que a ajuda divina resolva esta tragédia enquanto o Governo lida com os raptores", disse à AFP um familiar de uma das crianças raptadas.
A Nigéria é assolada há anos pelo flagelo dos raptos por grupos terroristas e de criminosos, sobretudo desde que a organização Boko Haram raptou 276 raparigas em Chibok em Abril de 2014.
Os bandos criminosos efectuam regularmente raptos em massa no noroeste da Nigéria. Têm como alvo escolas, aldeias e auto-estradas, onde podem raptar rapidamente um grande número de pessoas para obterem um resgate.
A vaga de raptos em massa que afecta a Nigéria é um desafio para o Governo do Presidente, Bola Ahmed Tinubu, que prometeu, não só resolver o problema da insegurança, mas também combater a crise do custo de vida e atrair mais investimentos para o país mais populoso de África. MOY/JM