O ministério das Relações Exteriores da Etiópia lamentou a decisão "unilateral" da União Africana de nomear um painel para investigar alegadas violações dos direitos humanos em Tigray.
"É lamentável notar que a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos fez um anúncio unilateral sobre o estabelecimento de uma 'Comissão de Inquérito' que está completamente fora do âmbito do convite do governo e carece de base jurídica", disse o ministério em um comunicado.
Afirmou que a Comissão dos Direitos Humanos da UA não seguiu o procedimento correcto que permitiria as condições necessárias para uma investigação, noticiou a BBC.
Na quarta-feira, a comissão de direitos humanos da UA anunciou que começaria a sua investigação em Tigray na quinta-feira e pediu a cooperação de todos os envolvidos.
Mas a Etiópia afirma que, em Março deste ano, expressou a sua disposição de envolver a comissão para uma investigação conjunta sobre a situação em Tigray.
Após discussões de acompanhamento, a comissão escreveu ao primeiro-ministro Abiy Ahmed, aceitando a proposta da Etiópia e o convite para uma investigação conjunta.
A Etiópia diz que este último passo "mina o espírito cooperativo" do seu governo "para formalizar as modalidades da investigação declarada".
Tem havido denúncias generalizadas de violações dos direitos humanos em Tigray, na sequência de uma operação militar para derrubar o antigo partido do governo regional, a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), iniciada em Novembro de 2020.