Japão pede a Moçambique "mais esforços" para melhorar segurança em Cabo Delgado

     África           
  • Luanda     Terça, 28 Novembro De 2023    11h24  
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi
Pedro Parente-ANGOP

Tóquio - O Japão pediu "mais esforços" a Moçambique para melhorar e manter a situação de segurança em Cabo Delgado, no extremo nordeste do país, onde as empresas japonesas têm interesse nos projectos de gás natural.

O pedido foi apresentado pela ministra japonesa dos Negócios Estrangeiros, Yoko Kamikawa, durante um encontro que manteve, em Tóquio, com a sua homóloga moçambicana, Verónica Macamo, que se encontra em visita ao país.

As duas governantes reconheceram a importância do projecto de desenvolvimento de gás natural liquefeito, na província de Cabo Delgado, que foi suspenso devido ao terrorismo.

Reconheceram igualmente a importância de os dois países trabalharem em conjunto no desenvolvimento multifacetado que levará à estabilização da província de Cabo Delgado e ao crescimento da região norte como um todo.

Segundo a  declaração final do encontro, o Governo japonês mantém a sua disponibilidade para apoiar uma agenda comum para o efeito.

As empresas japonesas estão envolvidas no projecto Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies, estimado em 20 mil milhões de dólares americanos, mas que foi suspenso devido aos ataques terroristas, em Cabo Delgado, com a multinacional francesa a admitir, entretanto, o regresso no início do próximo ano.

A sua localização geográfica posiciona bem o projecto para responder às necessidades do mercado do Atlântico e da Ásia-Pacífico, além de explorar as crescentes procuras de energia do Médio Oriente e do subcontinente indiano, explica a TotalEnergies sobre o Mozambique LNG.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurreição armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com o apoio do Rwanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de quatro mil mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu, em 22 de Novembro "decisões" sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas, em Cabo Delgado, nomeadamente com reservistas, tendo em conta a prevista retirada das forças estrangeiras que apoiam no terreno contra os grupos terroristas.

"Decisões concretas sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em relação à sua ação no combate ao terrorismo em Cabo Delgado no período após a retirada das forças amigas da SAMIM (missão da SADC em Moçambique) e do Rwanda", pediu Nyusi, na abertura do XXIV Conselho Coordenador do Ministério da Defesa Nacional.

"Para o efeito, a vossa reflexão deve igualmente avaliar a forma de melhor capitalizar o manancial de reservistas, empenhando-os direta ou indiretamente em várias missões em prol da defesa da soberania e integridade territorial do nosso país. E a realidade actual justifica", acrescentou.

A cimeira da SADC aprovou em agosto passado a prorrogação da missão em Cabo Delgado, Moçambique, por 12 meses, até julho do próximo ano. Uma missão de avaliação propôs em julho passado a retirada completa dos militares da SAMIM em Cabo Delgado até julho de 2024, assinalando que a situação na província "está agora calma", apesar de os riscos prevalecerem.

Nas recomendações, a missão de avaliação aconselha o início gradual da saída da SAMIM a partir de 15 de Dezembro deste ano e a conclusão da retirada em 15 de Julho de 2024, isto é, um dia antes do fim do prazo da prorrogação decidida na terça-feira da semana passada pela troika da SADC.
Além da SAMIM e das forças governamentais moçambicanas, combatem a insurgência em Cabo Delgado as tropas do Rwanda, estando estas a operar no perímetro da área de implantação dos projectos de gás natural da bacia do Rovuma.CS

 





Fotos em destaque

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

Sábado, 20 Abril De 2024   12h56

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Sábado, 20 Abril De 2024   12h48

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Sábado, 20 Abril De 2024   12h44

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Sábado, 20 Abril De 2024   12h41

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Sábado, 20 Abril De 2024   12h23

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Sábado, 20 Abril De 2024   12h19

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Sábado, 20 Abril De 2024   12h16

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Sábado, 20 Abril De 2024   12h10

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Sábado, 20 Abril De 2024   12h05

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Sábado, 20 Abril De 2024   11h58


+