São Tome e Príncipe - O Presidente da Rede Pan-Africana da Juventude questionou a imparcialidade e transparência do processo eleitoral em São Tomé e Príncipe, após a falta de actualização do recenseamento eleitoral, que terá impedido cerca de oito mil jovens de votar.
Segundo os cálculos da organização, cerca de oito mil jovens que completaram 18 anos desde a última actualização dos cadernos eleitorais ficam impedidos de votar nas eleições legislativas, autárquicas e regional do próximo domingo.
A Comissão Eleitoral Nacional (CEN) anunciou no mês de Junho que não iria realizar um recenseamento eleitoral antes das eleições, por considerar que não havia tempo para todos os procedimentos dentro dos prazos legais.
Em entrevista à Lusa, o presidente da CEN, José Carlos Barreiros, disse na semana passada que apenas "um número insignificante" de eleitores que mudaram de residência ficarão sem votar no próximo domingo.
O responsável da organização de defesa dos jovens lamentou esta posição.
A ala da juventude da Acção Democrática Independente (ADI, oposição) promoveu uma manifestação a reclamar o recenseamento, enquanto os jovens do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD, no poder) responsabilizaram o Presidente da República.
O chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova, afirmou em Julho que a não realização do recenseamento impede os jovens que completaram 18 anos e os cidadãos que mudaram de círculos eleitorais ou que emigraram de votar ou de serem eleitos, o que, alertou, representa "uma violação grosseira e uma grave afronta à Constituição da República".